Diabetes – Uma visão
Médico-Espírita
A Diabetes é uma doença caracterizada pela elevada taxa de glicose
(açúcar) no sangue, devido a deficiência na produção de insulina ou na
dificuldade de ação desse hormônio no organismo. Atualmente, há cerca de 240
milhões de portadores da Diabetes em todo o mundo, e estima-se que em 2025 esse
número chagará a 350 milhões.
A Diabetes melitus pode ser dividida em tipo I e tipo II e tem raízes,
do ponto de vista médico, na interação de fatores genéticos com estímulos
ambientais. A Tipo I acomete indivíduos na infância e adolescência e
caracteriza-se por ser uma doença auto-inume, ou seja, o organismo produz
anticorpos contra as células Beta do pâncreas, produtoras de insulina, levando
à deficiência desse hormônio. Há a necessidade de se administrar a insulina por
via subcutânea para repor a falta desse importante hormônio controlador do
metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos. Já o Tipo II é a diabetes
que é decorrente predominantemente de fatores ambientais e comportamentais,
sendo a obesidade, sobretudo a abdominal, o principal fator de risco para seu
desenvolvimento.
Há a produção normal ou pouco diminuída de insulina, mas ela não
consegue exercer o seu papel nas células devido à resistência nos tecidos, que
impedem sua absorção e ação intracelular. Há a necessidade de se administrar
fármacos hipoglicemiantes, que reduzem a taxa de açúcar no sangue, pois a
glicemia elevada produz um estado de inflamação crônica que pode lesar tecidos
e órgãos, gerando complicações, sendo as mais freqüentes a neuropatia, a
retinopatia e as lesões renais. Para se evitar desenvolver diabetes e também
tratá-la, o mais recomendado é a adoção de atividades físicas aeróbicas e
dieta, rica em saladas verdes, derivados do leite, carne branca e magra, além
da redução da ingestão de açúcares e uso de medicações específicas.
Do ponto de vista espiritual, entendemos que as predisposições genéticas
que trazemos na reencarnação falam de nosso passado espiritual e de nossas
tendências, mas, sobretudo de nossas necessidades reeducativas. A Diabetes é,
de forma geral, um grande convite ao aprendizado do limite e do auto-amor. Ao
invés de ser um castigo divino ou uma punição por erros ou ainda carma, como
alguns acreditam, essa doença se apresenta como expressão de nossas escolhas e
construções individuais ao longo dos tempos. É, portanto, recurso de
autodomínio e autoconhecimento, que promove o seu portador, quando este
aproveita a oportunidade para vencer a si mesmo, a um estado de maior
equilíbrio e harmonia do que tinha antes, ao reencarnar, lembrando que somos
todos espíritos imortais e não meros seres carnais vivenciando uma experiência
passageira.
Segundo proposta do Dr. César Geremias, endocrinologista gaúcho, a
Diabetes tipo I, por suas características, teria raízes na auto-agressão,
culpa, vitimização e autopunição, manifestações da falta de auto-perdão e
sobretudo do orgulho, sentimento base que seria o núcleo principal a ser
trabalhado nesse caso. Já a Diabetes tipo II teria suas raízes na falta de
auto-cuidado, no hedonismo excessivo, na exaustão das energias psicofísicas e
excesso de auto-preservação, manifestações diferenciadas do egoísmo, que seria
o núcleo principal ou sentimento base nesse caso. Perceber essas
características em si, reconhecê-las, acolhê-las e esforçar por transformá-las,
no processo reeducativo que a doença convida, seria o objetivo maior da doença,
lembrando-se sempre que é necessário individualizar cada caso e somente o
autoconhecimento poderá fornecer a indicação segura das necessidades de cada
um.
Mas, independente de sua origem, a Diabetes é um grande convite ao
auto-amor, à auto-preservação e à superação de si mesmo, caminhos de paz
interior e saúde integral.
Presidente da Associação Médico-Espírita de MG
FONTE: http://www.redeamigoespirita.com.br/group/saudeeespiritismo/forum/topics/diabetes-uma-visao-medico-espi