sexta-feira, 8 de novembro de 2013

As personalidades psíquicas

                                                              Pierre Janet                             William James
Decifrando o Psiquismo

A experiência de trabalho medianímico vivenciada nos últimos 24 anos, em vários grupos apométricos, demonstra de forma cabal a existência e a ação dos elementos psíquicos, denominados “Personalidades Múltiplas” e “Subpersonalidades”. As conclusões, conceitos e informações que reafirmamos vêm de tempos remotos, não é nossa exclusividade, e foram observados ao longo de anos por cientistas de renome e por espíritos conceituados.
Dentro do campo da psicologia eles foram observados por Pierre Janet, William James, Jung e outros. No campo da psiquiatria estudaram o assunto o italiano Roberto Assagioli (Psicossíntese) e inúmeros outros estudiosos, conforme registros da Associação Americana de Psiquiatria. No campo espiritual, temos os estudos de André Luiz, Joanna de Ângelis, Manoel Philomeno de Miranda, Miramez, Charles Lancelin e outros.
O algo “novo” que Dr. Lacerda nos trouxe foi a forma diferente de tratar terapeuticamente esses elementos. Não é novidade o estudo dos corpos sutis.
As personalidades psíquicas foram e continuam sendo estudadas e denominadas de “personalidades múltiplas”, “subpersonalidades”, “eus”, “elementos antagônicos”, “inconsciente coletivo pessoal”, “personalidades parasitas”, “elementos da consciência”, “personas”, “papéis”, “pensamentos”, “máscaras”, “fachadas”, “cisões”, “energias” e “níveis”. As nomenclaturas diferenciadas em nada alteram a essência dos elementos e nem anulam a realidade dos fatos. Evidentemente, não pretendemos ter a posse da verdade, dar respostas definitivas e nem combater “verdades” estabelecidas. A cada dia a ciência prova de forma incontestável a relatividade e a multidimensionalidade das coisas. O resultado da observação e experimentação que fazemos sugere maior estudo sobre a essência, funções, morfologias e propriedades desses elementos psíquicos.
Nossa proposta é trabalhar com determinação, fé e amor, buscando a compreensão dos elementos e tentando aliviar a dor das pessoas tocadas pelo sofrimento, que nos procuram em busca de auxílio. Não pretendemos a unanimidade de conceitos nem de opiniões, uma vez que na unanimidade a evolução pode ser mais lenta. Ao codificar a Doutrina dos Espíritos, Kardec observava com muita propriedade que não fôssemos muito apressados em rejeitar a priori tudo o que não pudéssemos compreender, porque longe estamos ainda de conhecer todas as leis e, sem dúvida, nem a natureza nos revelou ainda todos os segredos. O mundo invisível é um campo de observação ainda novo, cujas profundezas seria presunção nossa considerar explorado, quando incessantemente se estão patenteando a nossos olhos novas maravilhas (A. Kardec, OP, Capítulo 2, Parágrafo VII, Dos Homens Duplos… item 9).

Existem inúmeros estudos sérios sobre esse assunto, dentro e fora da doutrina espírita, que não podem ser ignorados ou negados. O fenômeno das personalidades psíquicas realmente se comprova de fato, tendo em vista os inegáveis resultados benéficos após o tratamento. É comum ao abordarmos psiquicamente a consciência de um indivíduo encontrarmos duas ou mais personalidades psíquicas dissociadas, que se revezam ou alternam durante o transcorrer de um dia, percebidas e interpretadas como estados de humor.

Essas personalidades, por vezes, assumem ou tentam assumir provisoriamente a consciência da pessoa, promovendo comportamentos diversos. A sua permanência é mais demorada no distúrbio chamado “dupla personalidade”, em que a pessoa se modifica de tal modo que parece se transformar em outra.

No livro, “Nos Domínios da Mediunidade”, de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, o instrutor Áulus esclarece que o fenômeno é comum e acrescenta: “É a influenciação de almas encarnadas entre si que, à vezes, alcança o clima de perigosa obsessão. Milhões de lares podem ser comparados a trincheiras de luta, em que pensamentos guerreiam pensamentos, assumindo as mais diversas formas de angústias e repulsão”.
Indagado se o assunto pode se enquadrar nos domínios da mediunidade, esclarece:
“perfeitamente, cabendo-nos acrescentar ainda que o fenômeno pertence à sintonia. Muitos processos de alienação mental guardam nele as origens. Muitas vezes, dentro do mesmo lar, da mesma família ou da mesma instituição, adversários ferrenhos do passado se reencontram. Chamados pela Esfera Superior ao reajuste, raramente conseguem superar a aversão de que se veem possuídos, uns à frente dos outros e alimentam com paixão, no imo de si mesmos, os raios tóxicos da antipatia que concentrados se transformam em venenos magnéticos, suscetíveis de provocar a enfermidade e a morte. Para isso, não será necessário que a perseguição recíproca se expresse em contendas visíveis. Bastam as vibrações silenciosas de crueldade e despeito, ódio e ciúme, violência e desespero, as quais alimentadas, de parte a parte, constituem corrosivos destruidores.” E isso não acontece só nos lares, ocorre nos grupos espiritualistas e espíritas, bem como entre todos os demais agrupamentos humanos e, principalmente, naqueles que levantam alguma bandeira de luz por lhes faltar a Verdadeira Luz da Fraternidade.