sábado, 9 de julho de 2011

SÓCRATES E PLATÃO: PRECURSORES DO ESPIRITISMO

                                         Sócrates  Platão

Segundo Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, as grandes idéias não aparecem nunca de súbito. As que têm a verdade por base contam sempre com precursores que lhes preparam parcialmente o caminho (...). Assim aconteceu com as idéias cristãs, que foram pressentidas muitos séculos antes de Jesus e dos Essênios, e das quais foram Sócrates e Platão os principais precursores (ESE, Introdução, IV).

Sócrates (séc. V a.C.), como Cristo, foi condenado à morte por haver atacado as crenças tradicionais e colocar a virtude acima da ilu­são dos formalismos e valores mundanos. Assim como Jesus foi acusado pelos fariseus de corromper o povo com seus ensinamentos, Sócrates foi acusado de corromper a juventude ao ir contra os valores vigentes.

Platão é uma das maiores figuras da filosofia de todos os tempos; sua grandeza destaca-se não só por ser a primeira no tempo, mas seu poderoso apelo para ideais ultraterrenos é uma das mensagens mais nobres comunicadas à Humanidade. Ele ensina o desprezo pelos prazeres, honras e riquezas, a renúncia aos bens do corpo e deste mundo e prova a existência de uma esfera inteligível e imaterial, a única pela qual vale a pena viver.

Eis algumas citações que demonstram como Sócrates e Platão já haviam pressentido as ideias cristãs, assim como os seguintes princípios básicos do Espiritismo:

1 — A Pré-existência da alma

O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, ela existia junto aos modelos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo. Separou-se deles ao encarnar-se e, lembrando seu passado, sente-se mais ou menos atormentada pelo desejo de a eles voltar (ESE, Introdução, V, item I).
Temos aqui a doutrina da pré-existência da alma e da vaga intuição que ela conserva da existência de outro mundo, ao qual aspira retornar.

2 — Pluralidade das existências

A alma impura encontra-se pesada, e é novamente arrastada para o mundo visível, pelo horror ao que é invisível e imaterial. Ela vagueia, então, segundo se diz, pelos lugares onde carrega as penas de sua vida passada, até que os apetites inerentes à sua forma material a devolvam a um corpo (ESE, Introdução. IV. item IV).
Não somente o princípio da reencarnação está aqui claramente expresso, mas também o estado das almas que ainda se acham sob o domínio da matéria é descrito tal como o Espiritismo o demonstra. Afirma, ainda, que a reencarnação é uma consequência da impureza da alma, enquanto que as almas purificadas estão livres dela.

3 — A possibilidade de comunicação entre o mundo espiritual e o mundo material
Os demônios (daimons) preenchem o espaço que separa o céu da terra; são o laço que liga o Grande Todo consigo mesmo. A divindade não entra jamais em comunicação direta com os homens, mas é por meio dos demônios que os deuses se o estado de vigília, seja durante o sono (ESE, Introdução, IV, item VI).
A palavra daimon (da qual se originou "demônio") não se aplicava exclusivamente aos seres malfazejos, mas aos Espíritos em geral, entre os quais se distinguiam os Espíritos superiores (chamados deuses) e os Espíritos menos elevados, que se comunicavam diretamente com os homens. O Espiritismo também ensina que Deus não se comunica com os homens senão por intermédio dos Espíritos puros, encarregados de nos transmitir a Sua vontade; e que os Espíritos se comunicam conosco durante o estado de vigília e durante o sono (ESE, Introdu­ção, IV, item VI).relacionam e conversam com eles, seja durante

4 — O amor: lei universal

Chamo de homem vicioso ao amante vulgar, que ama mais ao corpo que à alma. O amor está por toda a natureza, e incita-nos a exercer a nossa inteligência: encontramo-lo até no movimento dos astros (ESE, Introdução, IV, item XVI).
Platão, qual Jesus, ressaltou a importância do amor, como meio de superar a condição de seres meramente mortais, visto ser a própria lei da natureza, portanto, fonte de sabedoria e verdade. Assim também o Cristianismo possui como máxima fundamental a prática do amor, enquanto lei universal a reger os seres e, portanto, essencial à felicidade dos homens.
Vê-se, assim, que a Doutrina Espírita possui fundamentos na própria tradição filosófica, e que as grandes verdades já são conhecidas pelos Espíritos adiantados, incumbidos de revelá-las gradativamente aos homens.

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