sábado, 30 de julho de 2011

Hipnotismo e Espiritismo

Artigos Revistas

Cairbar Schutel
Publicado na RIE em setembro de 1934
O magnetismo tem exercido há centenas de anos uma tarefa preparatória à ciência do futuro.
Recebido com admiração por uns, repudiado por outros e cerceado por muitos como monopólio do sobrenaturalismo, ele tem resistido às mais duras imprecações, às mais clamorosas injustiças e o sofisma de seus princípios já estão cimentados em milhares de fatos que ilustram as páginas da História.
Por fim, a ciência oficial teve que lhe fazer bom acolhimento, não deixando, entretanto, de crismá-lo com o nome de hipnotismo.
O hipnotismo tem, apesar disso, sido transviado do seu fim providencial, limitando-se os doutos a aconselhar a sua aplicação nas doenças nervosas, cuja etiologia lhes é desconhecida.
É verdade que alguns clínicos ilustres, e, dentre estes, dois distintos professores da Escola de Medicina de Toulon, constataram e publicaram muitos casos de cura de fleimões, artrites, dermatoses, úlceras e até de tuberculose por meio do magnetismo.
Mas um papel importante que o magnetismo exerceu foi o de anestésico quando ainda não se tinha descoberto o clorofórmio e o éter.
O Dr. Gilles de la Tourette diz que: “Antes da descoberta de Morton e Jackson (1847) os doente eram, pode-se dizer, dissecados vivos; o cirurgião precisava operar com muita rapidez o que não garantia o sucesso da operação. Compreende-se então o entusiasmo que acolheu um método que permitia operar sem dor e se poder crer que a magnetização devia ser tentada antes de cada operação”.
Inúmeras operações foram assim realizadas sem que os pacientes acusassem a mínima dor. Em Cherbourg, Loysel fez a extirpação de um tumor na região mastóidea a uma senhora de trinta anos. E em seis meses consecutivos este cirurgião praticou doze operações. Cloquet extirpou um carcinoma do seio de uma mulher adormecida por Chapelain. Braid também, a título de experiência, fez diversas, inclusive extrações de dentes, durante o sonambulismo artificial. Ward, na Inglaterra, amputou a coxa de um indivíduo mergulhado em hipnose e três anos depois foram feitas mais três operações do mesmo gênero.

Hammond, Towsler, Kiaro, Guerineau, Broca, Follin, Ribaud e outros também praticaram diversas operações sob a influência da anestesia magnética ou hipnótica.

Mas o cirurgião que apresenta maior estatística é Esdaile, que dá conta de seiscentas operações feitas durante o sono hipnótico no Mesmeric Hospital, do Canadá.

Estes fatos nos vêm demonstrar a poderosa ação do hipnotismo nos dois Psiquismos — o consciente e o inconsciente.
Transcrevemo-los propositalmente para que eles se tornem conhecidos de muitos doutos que se emparedaram na negação sistemática quando querem negar o magnetismo assim como o Espiritismo.
Mas como explica a ciência oficial, tão esquisitos fenômenos, inclusive o de curas testemunhadas e constatadas pelos professores da Escola de Toulon? Ao que nos consta, apesar das origens do magnetismo se perderem na noite dos tempos, os tratados oficiais e oficiosos se limitam ao relato e coordenação dos fenômenos, sem nos esclarecer mais sobre tão transcendente questão.
Chegou, porém, a hora de termos uma compreensão melhor dos fatos, desde que orientados pela teoria espírita; estudemo-los desapaixonadamente e submetamo-los a uma crítica severa, mas inteligente.
Sabe-se agora que os fenômenos magnéticos ou hipnóticos podem ser comprovados no organismo do indivíduo ou fora dele. Os fenômenos orgânicos, como anestesia, hiperestesia, catalepsia, letargia, bem como os histéricos, se prendem à impotência diretriz e perceptora do psiquismo superior, ou seja, do ser subconsciente, que é, em parte, exteriorização do organismo. A sensibilidade que desaparece da superfície do corpo e dos órgãos dos sentidos é trasladada aos polos e às linhas de exteriorização, nomeadas pelo Dr. De Rochas. Isto faz ver que a sensibilidade pode se exercer sobre um ponto qualquer da radiação periorgânica pelo fato de todos os sentidos normais se condensarem no sentido único no perispírito ou organismo subconsciente, que é o “corpo imperecível” do ser pensante, como já tivemos ocasião de lembrar no caso do Dr. Velpeau, cuja paciente exteriorizou-se a ponto de se transpor a outra casa através de obstáculos materiais, enquanto seu corpo físico sofria uma intervenção cirúrgica. Neste caso se observa mais: dois fenômenos absolutamente diferentes, comprovados, um no organismo, outro fora do organismo, que não têm absolutamente explicação, a não ser pela teoria espírita. Os fenômenos orgânicos são devidos à impotência diretriz e perceptora da subconsciência superior, ou do psiquismo superior que está exteriorizado, e os fenômenos fora do organismo são os produzidos por esse mesmo ser exteriorizado.
Conclui-se de tudo isso que o Indivíduo não é somente o que aparenta exteriormente, nem o produto das forças nêuricas e cerebrais, como afirma a ciência oficial, materialista em seus princípios. “A consciência normal neste plano de vida, como diz o Dr. Geley, deve ser o resultado da colaboração de ambos os psiquismos no qual o superior desempenha o papel de diretor e centralizador.” E assim como o ser exteriorizado, narrado pelo Dr. Velpeau, pôde condensar todos os seus sentidos num sentido único e dar conta do que se passou à distância do seu corpo somático, vivendo independente desse corpo; é de se prever, com boa lógica e sólidos fundamentos, que, quebrado o fio que o ligava ao corpo, com ação da morte, mantivesse ele sua existência integral e ainda com faculdades superiores àquela que manifestava quando adstrito a referido corpo.
E sobre esta afirmação os fatos observados nestes últimos tempos vêm autorizar perfeitamente a nossa tese, salientando ainda uma vez a teoria espírita como a única explicativa de todos os fenômenos psicológicos que a fisiologia clássica não pode explicar.
Como se vê, o Espiritismo abre um campo novo à ciência, oferecendo-lhe pérolas de raro valor. Os médicos muito lucrariam se, desprendendo-se dos dogmas e dos mistérios da ciência oficial, viessem conosco cavar este terreno prodigioso, onde o aurífero filão se estende, prodigioso, em camadas superpostas, capaz de enriquecer a todos que o procurem com esforço e abnegação.

Finalmente, nós concluímos com Aksakof:
“O hipnotismo é a cunha que forçará as barreiras materialistas da ciência para fazer penetrar nelas o elemento suprassensível ou metafísico. Ele já criou a psicologia experimental e acabará fatalmente por compreender os fatos do Animismo e do Espiritismo, os quais, por sua vez, terminarão na criação da metafísica experimental, como predisse Schopenhauer.”
 Revista RIE - Setembro de 2009 
FONTE: http://www.portalespiritualista.org/artigos-revistas/212-hipnotismo-e-espiritismo

terça-feira, 26 de julho de 2011

Curso Superior de Espiritismo


Proposta
Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Por que estou aqui? Esses questionamentos fazem parte do cotidiano do ser humano, e o curso de Teologia Espírita da FALEC traz instrumentos e instruções para que seus alunos possam seguir na construção das suas respostas. Essas questões e, consequentemente, seus desdobramentos, ganham cada vez mais importância, em uma época marcada por diversos conflitos e desafios, e que mostra cada vez mais o papel determinante do Homem na Terra. O curso de Teologia Espírita abre novas paisagens no horizonte do conhecimento, iluminando o “Ser” em sua trajetória evolutiva.
Assim, a proposta do Curso de Bacharelado em Teologia Espírita é a de possibilitar o estudo sistemático, acadêmico, da Doutrina dos Espíritos, dando seqüência ao esforço de quase 50 anos da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas - SBEE no sentido de reconceituar o Espiritismo no Brasil.
Em 2011, começa a funcionar o primeiro curso superior de Teologia Espírita do Brasil. O estudo da doutrina dos espíritos, codificada pelo educador e pesquisador francês Alan Kardec (1804-1869) há um século e meio, não será mais exclusividade dos centros espíritas espalhados pelo País. A partir do ano que vem os adeptos da doutrina poderão estudá-la, com direito a diploma, beca e tudo o mais que uma graduação universitária dá direito. Foi o que decidiu o Ministério da Educação ao autorizar em setembro o funcionamento do primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita do Brasil, que será ministrado na Faculdade Dr. Leocádio José Correia, em Curitiba (PR). “A idéia do curso é formar não só bacharéis, mas também pesquisadores do espiritismo”, diz Maury Rodrigues da Cruz, presidente da Sociedade Brasileira de Espiritismo e idealizador do curso de quatro anos.
As inscrições para o vestibular estarão abertas até 13 de dezembro e os candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar também por uma entrevista com especialistas. “É uma forma de avaliarmos melhor os interessados, assegurando o ingresso de pessoas realmente comprometidas com a pesquisa”, explica Cruz.
As bases da doutrina são a crença num Deus Único, criador de todo o Universo, e na imortalidade do espírito, que evolui sempre, por meio de várias encarnações.
Um dos objetivos do curso é a análise do espiritismo em suas linhas religiosa, filosófica e científica. A existência da alma, sua sobrevivência ao transe da morte e os fenômenos mediúnicos compõem um universo ainda pouco estudado nas rodas acadêmicas.
“É preciso dar massa crítica e espírito investigativo à obra de Kardec”, analisa Cruz. Nicete Bruno, espírita desde a juventude, aprova a criação da universidade. “No âmbito coletivo, o estudo dos fundamentos espíritas contribuirá para desmistificar muitos aspectos do espiritismo. E quem se habilitar a fazer a faculdade com certeza ganhará muito em autoconhecimento”, afirma a atriz.
O espiritismo surgiu na França no século XIX e tem no Brasil hoje sua maior comunidade. Segundo o último censo do IBGE são 2,34 milhões de adeptos. Como estima-se que os espíritas assumidos em todo o planeta não passem de 15 milhões, pode-se dizer que o Brasil é o país do espiritismo. Foi também em solo brasileiro que viveu Francisco Cândido Xavier (1910-2002), considerado o mais produtivo médium espírita. Em sua longa vida, Chico Xavier, como era conhecido, psicografou 418 títulos sob inspiração do espírito Emmanuel. Seus livros correram o mundo e chegaram ao volume de 25 milhões de exemplares vendidos.
Mais informações no site: www.falec.br

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Energia e Religião no Caminho da Cura


Paulo de Tarso Lima, do Hospital Albert Einstein:
energia e religião no caminho da cura

(Foto: Divulgação)

Não é habitual ouvir um médico respeitável, de uma instituição de saúde modelar, falar sobre o papel da energia do corpo humano e da religião no caminho para a cura. É justamente o caso do cirurgião Paulo de Tarso Lima, coordenador do Departamento de Medicina Integrativa e Complementar do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. A medicina integrativa é uma prática em ascensão. Surgida nos Estados Unidos na década de 1970, une a medicina tradicional oriental, com sua abordagem holísitica, e a ocidental, apoiada na produção científica e na tecnologia. A reunião tem revolucionado a busca pela cura de doenças como o câncer. “A ideia não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença”, afirma Lima, que estudou a medicina interativa na Universidade do Arizona (EUA) e cursa o primeiro ano da Barbara Brenner School of Healing, na Flórida, onde a cura é perseguida a partir do estudo da energia humana. O médico é também autor do livro Medicina Integrativa – A Cura pelo Equilíbrio (MG Editores, 139 págs., 32,20 reais). Na entrevista a seguir, ele explica os fundamentos da medicina integrativa e aposta que a prática vai se espraiar por aqui por razões econômicas – por ora, apenas alguns hospitais e somente cinco universidades brasileiros se dedicam ao assunto.
Afinal, o que é medicina integrativa?
É um movimento que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 e que começou a ser organizado com mais rigor na década de 1980, quando entrou para as faculdades de medicina. Hoje, existem 44 universidades americanas ligadas à pratica, que traz uma visão mais holística da pessoa no seu todo: corpo, mente e espírito. O que buscamos é oferecer uma assistência com informação e terapias que vão além da medicina convencional para ajudá-la a se conectar com a promoção de saúde. Eu não tenho a menor dúvida de que a medicina convencional é extremamente efetiva em se tratando de doença, mas saúde não é apenas ausência de doença.
Que terapias são essas?
Sistemas tradicionais como a medicina chinesa e indiana nos oferecem uma gama de alternativas, como acupuntura, reiki, yoga, entre outras, que trabalham a energia do nosso corpo, estimulando uma reação aos sintomas das doenças. A ideia desse movimento não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença. Isso é uma mudança de paradigma, porque a possibilidade de voltar ao estado saudável não é algo dado à pessoa, mas é algo inato a ela.
Qual a explicação para só agora a medicina integrativa despertar interesse de médicos convencionais?
Há duas razões: a demanda dos pacientes e a produção acadêmica, que cresce a uma velocidade muito alta. Se entendemos como as coisas funcionam, sabemos que é seguro.
Qual a situação da prática no Brasil?
Estamos em uma situação de dualidade. Os alinhados à prática muitas vezes não usam a medicina convencional de maneira integrada, e os convencionais não usam a medicina integrativa. Temos no Brasil um movimento diferente dos Estados Unidos, menos acadêmico, mas que vem crescendo graças a uma portaria de 2006 que autorizou procedimentos de acupuntura, homeopatia, uso de plantas medicinais e fitoterapias no Sistema Único de Saúde (SUS).
E por que a resistência dos médicos convencionais?
Eu não entendo. Estamos falando de energia e não precisamos ir muito longe para provar que energia corporal existe. A partir do momento que temos uma mitocôndria que produz energia dentro de cada célula, e isso é ensinado no primeiro ano de medicina, não há o que discutir. Temos energia no corpo, e pronto. O curioso é que muitos exames hospitalares rotineiros são baseados em mensuração do campo energético do corpo, como a ressonância magnética, o eletroencefalograma e outros mais sofisticados. Mas se você falar para um neurologista sobre a manipulação da energia do corpo, ele pira.
Por quê?
Porque entramos em um outro ponto da discussão sobre a energia humana, que é a interface com a religião. Estamos vivendo em uma nova fronteira em que se tenta entender essa energia, como ela é produzida, como pode ser manipulada e conduzida. E isso tem um impacto importante na questão da espiritualidade. Por isso, se algum paciente meu acha conforto na religião, se ele se sente bem assim, eu o estimulo a praticá-la.
E como se medem os resultados da medicina integrativa?
Começamos a medir os resultados pelas questões econômicas. A Prefeitura de Campinas, em São Paulo, registrou uma redução substancial de uso de analgésico dentro do SUS ao oferecer terapias ligadas à medicina chinesa focadas na questão ósseo-muscular. Além disso, tem uma série de trabalhos acadêmicos ligados à genética provando que a qualidade de vida produz efeitos na expressão genética da doença. E uma nova fase de trabalho investiga se uma gestante, cujo feto apresenta uma expressão genética de determinada doença, pode ajudar seu bebê se tiver uma gestação muito cuidadosa.
Como isso seria possível?
O homem carrega no seu código genético informações de doenças que podem ser a causa de sua morte. Isso já é provado. Só que você pode ter a característica genética da doença e não desenvolvê-la, ou tê-la precocemente. Isso vai depender da qualidade da sua vida. Comer bem, respirar melhor, praticar atividades físicas, lúdicas e contemplativas são fatores muito importantes ligados à qualidade de vida e que vão provocar um impacto no nosso bem-estar e, consequentemente, na resposta do corpo às doenças já estabelecidas e àquelas que estão programadas para acontecer. O Prêmio Nobel do ano passado de Medicina (dividido entre os pesquisadores Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak) mostra que, se há uma importante mudança nutricional e de práticas contemplativas, há uma diminuição da expressão de câncer de próstata em determinados grupos de homens.
As pessoas, em geral, estão mais abertas para as práticas alternativas?
No Brasil, entre 45% e 80% dos pacientes diagnosticadas com câncer utilizam algum tipo terapia “alternativa” em conjunto com o tratamento. Nos Estados Unidos, 13% das crianças e 55% dos adultos saudáveis utilizam tais práticas.
O senhor acredita que essa corrente ganhará espaço no futuro?
Acredito. Não por razões humanitárias, mas por uma questão econômica. Afinal, a forma como a medicina é praticada atualmente implica altos custos. Não posso prever, porém, quanto tempo isso vai demorar, porque o convencimento dos profissionais a respeito do assunto exigirá um longo trabalho.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cura-esta-doente-paulo-tarso-lima-medicina-integrativa-528349.shtml

domingo, 24 de julho de 2011

PENSAMENTO E VONTADE


CONCEITOS DE PENSAMENTO E VONTADE
O que é o pensamento? 
É a faculdade de pensar logicamente, refletir; força criadora, construtora, que molda a matéria, organizando formas abstratas ou concretas, que, juntamente com a vontade, são elementos plásticos e organizadores.
A vontade é a faculdade de querer, desejar; ter intenção, firmeza de ânimo, decisão, coragem, etc.
"Pensar é criar" (Emmanuel, Pão Nosso, cap. 15). A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental, da vontade firme, vive no mundo íntimo do ser, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção. 
Toda criatura possui energia obediente à sua vontade, que, ligada a seu potencial imaginativo, atua exteriormente, influenciando outras criaturas e ambientes distantes. As imagens servem, então, como matérias-primas de todas as criações intelectuais.
“O pensamento e a vontade são elementos plásticos e organizadores." Ernesto Bozzano

O pensamento é o resultado de alguém que está a pensar. O homem pensa idéias; ao fazê-lo mobiliza material plástico oriundo do corpo mental, sendo que cabe à vontade dar direção a esses pensamentos, e ao sentimento, a função de dar as propriedades positivas ou negativas a essa energia mental. 
Quem pensa é o Espírito; o cérebro é apenas o instrumento. Os pensamentos são materializados no mundo astral (espiritual) com elementos plásticos do corpo mental. Os nossos sentimentos irão dar as propriedades a esses pensamentos, e a nossa vontade, a direção, o destino deles. Pensamentos de amor terão uma coloração e vibração diferente dos pensamentos de ódio.
Os nossos pensamentos formam um envelope energético em torno de nós causando sensações agradáveis ou desagradáveis, dependendo do teor desses pensamentos... Mesmo que estejamos direcionando aos outros, o primeiro a receber é o próprio emissor. Se estivermos pensando mal do nosso próximo, querendo o seu mal, é como se tomássemos veneno e quiséssemos que o outro morresse...
PENSAMENTO COMO ENERGIA MENTAL
A base de toda manifestação psíquica está na mente da criatura.
A mente, por sua vez, é o espelho da vida em toda parte, e, necessita apenas, ser lapidada, educada, para que atinja a magnificência da luz. É como um diamante, em estado bruto, para se tornar pedra preciosa depende da maneira como a tratarmos. Sendo espelho da vida, a mente, gera a força do pensamento que movimenta tudo, criando e transformando, destruindo e refazendo, para depurar e sublimar. Isso, porque em todos os domínios do Universo, vibra a influência recíproca.
Hoje, sabemos que respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos, dependendo da faixa vibratória que sintonizamos, provisoriamente. A partir de nossa vontade, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos impulsiona à purificação e ao progresso maior. As criaturas, portanto, refletem-se reciprocamente na criação, que reflete os objetivos do Criador. Assim, o reflexo mental de cada ser reside no alicerce da vida. Esse reflexo mental delineia a emotividade; esta plasma a idéia; a idéia determina a atitude; a atitude e a palavra dirigem ações, que geram manifestações, que, por sua vez, são válvulas destruidoras ou alavancas positivas da existência.
PENSAMENTO E VONTADE ENTRE ENCARNADOS NO PLANO FÍSICO 
Recentemente, o Sr. Masaro Emoto demostrou a força de nossos pensamentos e sentimentos na água. Ele nos mostrou que energias vibracionais humanas, pensamentos, palavras, idéias afetam a estrutura molecular da água. É bom lembrar que a água está presente em nosso corpo numa proporção de aproximadamente 60 a 70%; estamos, pois, a alterar, com nossos pensamentos, as estruturas aquosas do nosso corpo...
O Sr. Emoto documentou visualmente essas mudanças moleculares na água por meio de suas técnicas fotográficas. Ele congelou gotas de água e examinou-as sob um microscópio de campo escuro dotado de recursos fotográficos. Após ter visto como a água reagia às circunstâncias ambientais, poluição e música, o Sr. Emoto e seus colegas decidiram observar como os pensamentos e as palavras afetavam a formação de águas destiladas não tratadas e águas puras, usando palavras datilografadas em papel por um processador de textos e coladas nos frascos de vidro durante a noite. As águas foram então congeladas e fotografadas. As fotografias mostraram os incríveis reflexos de água, como viva e altamente responsiva a cada uma de nossas emoções e pensamentos.
Ficou claro que a água facilmente assimila as vibrações e as energias do ambiente, seja tóxico e poluído ou naturalmente puro.
PENSAMENTO E VONTADE ENTRE DESENCARNADOS E NO PLANO ESPIRITUAL 

Os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas com a ajuda do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para o Espírito o que a mão é para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem a estes fluidos tal ou tal direção; aglomeram-nos, combinam ou dispersam; formam conjuntos tendo uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam-lhes as propriedades como um químico muda a dos gases ou outros corpos, combinando-os segundo certas leis. E' a grande oficina ou laboratório da vida espiritual.
Algumas vezes estas transformações são o resultado de uma intenção; freqüentemente, elas são o produto de um pensamento inconsciente; basta ao Espírito pensar em uma coisa para que esta coisa se produza, como basta modular o ar para que este ar repercuta na atmosfera.
Assim é que, por exemplo, um Espírito se apresenta à visão de um encarnado, dotado da visão psíquica, sob as aparências que tinha quando vivo, à época em que se conheceram, tivesse tido várias encarnações depois. Apresenta-se com a roupa, os sinais exteriores, - enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. - que tinha então; um decapitado se apresentará sem a cabeça. Não é para dizer que haja conservado estas aparências; não certamente, porque, como Espírito, ele não é nem coxo, nem maneta, nem vesgo, nem decapitado; mas o seu pensamento, reportando-se à época em que era assim, seu perispírito toma-lhe imediatamente as aparências, que deixa, do mesmo modo, instantaneamente, desde que o pensamento cesse de agir. Se, pois, foi uma vez negro e uma outra vez branco, apresentar-se-á como negro ou como branco, segundo aquela, destas duas encarnações, sob a qual for evocado e onde se reportará o seu pensamento.
Por um efeito análogo, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos de que tinha o hábito de se servir; um avarento manejará o ouro, um militar terá as suas armas e o seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um lavrador a sua charrua e os seus bois, uma velha a sua roca de fiar. Estes objetos fluídicos são tão reais para o Espírito, quanto estão no estado material para o homem vivo; mas, pela mesma razão que são criados pelo pensamento, a sua existência é tão fugidia quanto o pensamento. 
Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este age sobre os fluidos como o som age sobre o ar; eles nos trazem o pensamento como o ar nos traz o som. Pode-se dizer, pois, com toda a verdade, que há, nestes fluidos, ondas e raios de pensamento, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.
Há mais: O pensamento, criando imagens fluídicas, ele se reflete no envoltório perispiritual como num vidro; aí toma um corpo e se fotografa de alguma sorte. Que um homem, por exemplo, tenha a idéia de matar um outro, por impassível que seja o seu corpo material, seu corpo fluídico é colocado em ação pelo pensamento, do qual reproduz todas as nuanças; ele executa fluidicamente o gesto, o ato que tem o desejo de cumprir; o pensamento cria a imagem da vítima, e a cena inteira se desenha, como num quadro, tal como está em seu espírito.
É assim que os movimentos mais secretos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler em outra alma como num livro, e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo a intenção, ela pode pressentir o cumprimento do ato, que lhe será a seqüência, mas não pode determinar o momento em que se cumprirá, nem precisar-lhe os detalhes, nem mesmo afirmar que ocorrerá, porque circunstâncias ulteriores podem modificar os planos detidos e mudar as disposições. Ela não pode ver o que não está ainda no pensamento; o que ela vê é a preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus propósitos bons ou maus.
FORMAS PENSAMENTO
Estranhamente simbólicas as formas do pensamento, algumas delas representam gràficamente os sentimentos que as originaram. 
A usura, a ambição, a avidez, produzem formas retorcidas (garras de falcão), como que dispostas a apreender o cobiçado objeto. 
O pensamento, preocupado com a resolução de um problema, produz filamentos espirais. 
Os sentimentos endereçados a outrem, sejam de ódio ou de afeição, originam formas-pensamentos semelhantes aos projéteis.
A cólera, por exemplo, assemelha-se ao ziguezague do raio, o medo provoca jactos de substância pardacenta, quais salpicos de lama.
CONCLUSÃO 

“Nós nos tornamos aquilo que contemplamos. Através do pensamento constante, um ideal fica impresso em nosso coração. Quando fixamos sempre nossos pensamentos no mal que os outros fazem, nossa mente fica poluída pelo mal. Quando, ao contrário, fixamos nossa mente nas virtudes ou no bem-estar dos outros, nossa mente é purificada do mal e acolhe somente bons pensamentos. Nenhum mau pensamento pode penetrar a mente de uma pessoa totalmente dedicada ao amor e à compaixão. Os pensamentos que cultivamos modelam nossa natureza; junto com os outros, eles também nos afetam.”
Sathya Sai Baba
Quando colocamos o Evangelho como nosso guia, ele ajudará na nossa renovação interior, fazendo com que nos transformemos interna e integralmente, aproximando-nos do Criador. Para isso se faz necessário reeducarmos o nosso pensar, vigiando-o. 
Pesquisa realizada por Mauro Pilla

Obras Consultadas 
Gênese - Allan Kardec
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Pensamento e Vida – Emmanuel
Pai Nosso – Emmanuel
Pensamento e Vontade - Ernesto Bozzano

FONTE: http://www.mundoespirita.net/mediunidade/pensamento-e-vontade

sábado, 23 de julho de 2011

NEM SEMPRE É ALUCINAÇÃO

Dra. Marlene Nobre

NEM SEMPRE É ALUCINAÇÃO
(matéria publicada na Folha Espírita em junho de 2004)
A Folha Espírita transcreve entrevista da Dra Marlene Nobre (Presidente da AME-Brasil e AME-Internacional) à revista Psychic World e realiza entrevista com o Dr. Sérgio Felipe Oliveira (AME-SP), psiquiatra

Psychic World – Dra. Marlene, gostaria de colocar uma questão crucial para você, sobre o que é comumente chamado de esquizofrenia. Hoje, quando alguém ouve vozes é tido como esquizofrênico, recebe fortes sedativos e, freqüentemente, é internado em hospitais de unidades psiquiátricas, registrado como mentalmente instável. Uma definição praticamente irreversível e para o resto de sua vida. De fato, freqüentemente, não o é de verdade e não recebe tratamento... mas recebe, por períodos indefinidos, sedativos que fazem estragos. Acho isso uma situação intolerável... O que você me diz sobre isso?
Marlene Nobre – Bem, o que ocorre, infelizmente, no curso médico, na prática médica, é algo que realmente não se compreende muito bem. Por quê? Porque a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que saúde é o estado de completo bem-estar do ser humano integral: biológico, social, ecológico e espiritual. Então, saúde é definida pela OMS como sendo o equilíbrio entre fenômenos orgânicos, psíquicos, sociais e espirituais. No entanto, na prática, os médicos não consideram todos esses fenômenos, mas tão somente os orgânicos ou biológicos. Podemos perguntar, em qualquer país, o que ensinam as escolas de medicina e constataremos que os médicos não são alertados para os problemas psicológicos e espirituais do paciente, eles restringem-se às reações orgânicas, como se o ser humano fosse reduzido tão somente ao corpo físico. Embora o Código Internacional de Doenças (CID), que é conhecido no mundo todo, no número 10, questão F 44.3, contemple a existência dos estados de transe, fazendo a distinção entre os normais, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença, a maioria dos médicos não leva isso em consideração. No Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, um dos mais consultados pelos psiquiatras, no capítulo dedicado ao estudo das personalidades, há também a distinção entre as personalidades que recebem a atuação de espíritos e as dos outros que são doentes. A Psiquiatria já faz, portanto, a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios. Isso, portanto, precisaria ser mais discutido com os colegas, principalmente, com aqueles que não consideram a possibilidade de comunicação dos espíritos com os encarnados. Por quê? Porque já há a contemplação nos próprios compêndios da Medicina a respeito da possibilidade de comunicação dos espíritos. Outro aspecto também é a obra de Carl Gustav Jung, que estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas. Desse modo, constatamos que já existe uma abertura para o estudo do espírito dentro do currículo da Psicologia e da própria Medicina. O que ocorre é que a preparação dos médicos ainda é extremamente reducionista e, com essa visão estreita, são levados a considerar apenas e tão somente os fenômenos orgânicos. Quanto ao exemplo referido por você, nós realmente nos constrangemos ou ficamos tristes com a conduta dos colegas que, habitualmente, rotulam todas as pessoas que dizem ouvir vozes como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas. Ficamos penalizados com uma situação como essa, porque existe uma porcentagem de pessoas que são consideradas psicóticas por ouvirem espíritos e que, na realidade, são médiuns. Cremos que, na História da Moléstia Atual do paciente, deveriam constar também, além dos sintomas orgânicos, os psicológicos e espirituais, a fim de que pudéssemos fazer a distinção, evitando, assim, que os médiuns sejam taxados de psicóticos para o resto de suas vidas. Muitos deles poderiam encontrar um caminho mais fácil para a cura, a partir do momento em que é diagnosticado um caso de obsessão ou de comunicação espirítica. Acredito que só quando tivermos uma Medicina que leva em consideração o ser integral, espírito/corpo, é que teremos possibilidade de abertura para entender quando se trata de um ou de outro caso.
PW – Para a quantidade de pessoas que começam a ouvir vozes, qual é o seu conselho?
Marlene – É difícil dizer, quando você está em outro país, onde não se conhece muito bem o procedimento, tanto do lado médico quanto espiritual. Mas é preciso ir, pouco a pouco, oferecendo material de estudo, livros, para que a população se informe também a respeito da obsessão, da possibilidade de se ouvir espíritos. Esse é um fenômeno corriqueiro, banal, comum a muitas pessoas. Então, à medida que a divulgação vai sendo feita, através de livros ou de palestras e cursos, há a possibilidade de se informar mais à população. E as famílias passam a conhecer mais o problema. Não é nada fácil, porque em um país como este que respeitamos tanto, de tantas tradições, de tanto progresso, o Espiritismo é praticamente ignorado, mas já há por parte de alguns médicos e psicólogos um entendimento do que seja a mediunidade, no caso mais específico, a obsessão. Talvez, então, fosse interessante que houvesse troca de impressões e de idéias entre o movimento espírita e os profissionais que já aceitam a mediunidade, de modo a oferecer aos obsedados os recursos terapêuticos espirituais indicados para esses casos.
Folha Espírita – Como distinguir alucinação por transtorno mental da que ocorre no processo obsessivo?
Sérgio Felipe de Oliveira – A obsessão espiritual oficialmente é conhecida em Medicina como possessão e estado de transe. O Código Internacional de Doenças – CID 10, item F 44.3 – qualifica estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio ambiente. Essa situação é considerada doença quando a pessoa não tem controle. Os casos em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença. A alucinação é um sintoma que pode surgir tanto no transtorno mental anímico, a partir de neuroses graves que marcam o subconsciente, quanto na interferência de fatores externos. Esses fatores externos podem ser químicos e orgânicos, como na ingestão de drogas ou nas desordens orgânicas – febre muito alta, uremia, desordens cerebrais, etc. – ou espirituais. A interferência de uma personalidade intrusa, a obsessão espiritual, pode desajustar a percepção da realidade levando a alucinações. A pessoa pode ter alucinações e ainda assim sustentar a crítica da razão – ela sabe que está alucinando ou pode perder a crítica da razão julgando ser verdadeira aquela falsa realidade. Um dia, um paciente mergulhou no rio Tietê diante da alucinação de que estaria numa bela praia. Nesse caso, temos o transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura. O médico deve inicialmente fazer o diagnóstico da condição orgânica para depois estabelecer diagnóstico diferencial entre o transtorno dissociativo por estado de transe ou possessão, de um caso de transtorno dissociativo psicótico. O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM IV – alerta que o clínico deve tomar cuidado para diagnosticar erradamente como alucinação ou psicose casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas porque isso pode não significar uma alucinação ou psicose. A distinção entre alucinação, clarividência ou clariaudiência é uma situação bastante complexa.
FE – Como distinguir esquizofrenia da obsessão?
Sérgio Felipe de Oliveira – Na verdade, temos de discriminar no diagnóstico qual o papel da obsessão espiritual na doença que a pessoa está vivendo, já que todo transtorno psicótico como a esquizofrenia possui o componente obsessivo-espiritual.
FE – É possível saber em que proporção o processo obsessivo permeia os transtornos psicóticos, como, por exemplo, no caso das esquizofrenias?
Sérgio Felipe de Oliveira – Nesse caso, a melhor forma é a prova terapêutica. Uma vez acertado o tratamento medicamentoso e psicoterápico, a associação do tratamento espiritual, sobretudo a magnetização e a desobsessão, nos dará a proporção do envolvimento espiritual. Casos em que há uma predominância do fator obsessivo-espiritual, a melhora com a magnetização e desobsessão chega a ser espetacular, trazendo novos horizontes para a Psiquiatria. Nos casos em que há a predominância anímica ou orgânica, a melhora está mais associada à transformação da pessoa ou seu estado orgânico de forma bem caracterizada. Julgamos importante que o médico e o psicólogo que acompanham casos nessa profundidade passem pelo processo de magnetização e desobsessão a fim de se desvencilhar de possíveis envolvimentos com as energias e os obsessores que acompanham o caso.



TVP

                                  FLÁVIO BRAUN FIORDA


Médico psicoterapeuta, o Dr. Flávio Braun Fiorda trabalha com Terapia de Vida Passada e é diretor de cursos da Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada (SBTVP).

O Dr. Flávio será um dos expositores do IV Congresso Internacional de Terapia de Vida Passada (www.sbtvp.com.br) que vai se realizar no período de 19 a 21 de Agosto em Santos - SP. A equipe da Terra Espiritual teve oportunidade de entrevistá-lo e abaixo, reproduzimos a conversa:

TE - Dr. Flávio, muita gente vê na Terapia de Vida Passada (TVP) apenas uma forma de descobrir o que foi numa vida passada. O que é exatamente a TVP
FB - A TVP é uma abordagem psicoterápica, que trabalha com a hipótese científica da reencarnação, para explicar, com as seqüências de nossas vidas passadas, o nosso jeito de ser, com nossas qualidades, defeitos, pontos fortes e fracos de nossa personalidade e caráter que temos hoje. A TVP nunca deve ser feita por mera curiosidade, somente por uma indicação médica e psicológica.
TE - Qualquer pessoa pode se submeter a TVP?
FB - Nós indicamos a TVP para qualquer pessoa acima de mais ou menos quinze anos, pois a partir desta idade  já teria condições de entender a idéia da reencarnação. E, independentemente da religião que o paciente possua, pois em consultório não queremos mudar a religião de ninguém. E, também, evitar fazer a regressão em mulheres grávidas, pois o inconsciente fetal já está presente e poderá  influenciá-lo de alguma maneira.
TE - Quais os casos em que a TVP é recomendada?
FB - Recomendamos a TVP para casos de depressão, síndrome do pânico, medos, fobias, dificuldade de situações do dia a dia, tendências do comportamento e do  temperamento, dificuldades de relacionamento, entre outros.
TE - Como estas informações de vidas passada influenciam a vida presente?
FB - Vale dizer, que o paciente só vai saber daquilo que seu inconsciente achar que tenha importância, podendo ser coisas agradáveis ou desagradáveis, porém necessárias ao processo de auto-conhecimento e auto-transformação e nada além do que o paciente teria capacidade de saber do seu passado. A partir do momento, que o paciente expõe suas queixas ao profissional, vamos diretamente nas vidas passadas relacionadas ao tema, para sabermos as origens deste ou daquele comportamento, tendência ou sensação. A partir do momento em que há esta conscientização, o paciente vai começar a pensar para quem e por que tal comportamento, pensamento, sentimento ou sensação faria mais sentido: para si no contexto atual, ou para aquele seu personagem naquele momento histórico e situação. E, hoje, quando eu me pegar parecido de alguma forma agindo como no meu passado, eu vou tentar mudar o meu padrão de comportamento, para que eu tenha, na prática, um alívio dos meus sintomas até desaparecerem.
TE - Como se da o acesso a essas memórias? Que técnicas são empregadas?
FB - O acesso ao passado  é feito através de uma técnica de indução verbal, ensinada  no curso de formação para terapeutas (somente para médicos e psicólogos) da SBTVP. Nós não nos utilizamos à hipnose para este acesso, o paciente fica consciente o tempo todo, num leve estado alterado de sensibilidade.
TE - Sendo a TVP um descortinar do passado, ela não seria também uma forma de levar as pessoas a uma reforma moral?
FB - Sem dúvida. A partir do momento que percebemos os nossos defeitos, que vem do passado, nós nos reprogramamos bastante, e para o bem.
TE - Os pacientes já conseguem ver a reencarnação como um processo natural?
FB - Creio que sim, afinal a psiquiatria e a psicologia ensinada atualmente nas universidades, não têm respostas tão convincentes como a hipótese da reencarnação.
TE - Foi o Espiritismo que levou o senhor a TVP ou foi a TVP que levou o senhor ao Espiritismo? Como foi o início dos dois na sua vida?
FB - Para mim, que já venho de uma família espiritualista, foi bem natural. Sempre pensei na medicina como a arte de ajudar a curar as almas, que coincidem em muito com os conceitos da doutrina espírita. Daí, até chegar na TVP foi uma questão de tempo e de lógica.
TE - Que mudanças o Espiritismo e o trabalho com TVP trouxeram para a sua vida?
FB - Bem , em primeiro lugar, eu me submeti ao meu processo terapêutico, e venho, até hoje no meu processo de reforma íntima, que é eterno para todos nós. E, a partir daí, através de uma técnica terapêutica repassar estes conceitos e valores para os pacientes têm sido muito prazeroso ultimamente.
TE - O senhor acredita que o Espiritismo e as ciências médicas caminham para um ponto de convergência?
FB - Creio que é uma questão de tempo, afinal a ciência materialista vem trabalhando tão bem nas pesquisas sobre a célula humana, sobre o dna, que logo vai ver que se não é o princípio inteligente, o espírito que rege as coisas, nada teria fundamento, o acaso não existe. E , realmente, as doenças iniciam-se na alma.
TE - O senhor é um dos diretores da Sociedade Brasileira de Terapia de Vida passada ( SBTVP). Quais os objetivos da sociedade e como tem sido a sua atuação?
FB - Bem, a SBTVP, é uma instituição, sem fins lucrativos, que quer promover para o meio médico e psicológico, a idéia da reencarnação. Para tal, promove anualmente, o seu curso de formação de terapeutas, em Campinas-SP e a cada dois anos um congresso internacional sobre terapia de vida passada, que neste ano de 2004, em sua quarta edição, se realizará na cidade de Santos-SP, e pela primeira vez dentro de uma universidade, a UNISANTA, nos dias 19, 20 e 21 de agosto. E eu dou aulas em nosso curso.
TE - Este ano a SBTVP vai realizar a 4ª edição do seu congresso. Qual a importância deste evento, quem pode participar e quais seus objetivos?
FB - Creio ser um momento histórico, pois como citei anteriormente, tudo está caminhando para que a ciência materialista perca, realmente, seu preconceito junto aos pesquisadores sérios e idôneos. E também, que a SBTVP e as associações médico-espíritas de todo Brasil vem apresentando à sociedade acadêmica para divulgar a reencarnação e a TVP. O congresso é aberto ao público em geral e todas as informações estão disponíveis no site http://www.sbtvp.com.br/
TE - Este congresso terá a participação de expositores de diferentes correntes religiosas. As religiões estão caminhando para uma coexistência harmoniosa?
FB - Creio que a religião mais importante não ostenta rótulos. Os conceitos do amor, perdão, tolerância, boa vontade ultrapassam qualquer barreira do tempo, do espaço e dos guetos religiosos. O caminho é um só.
TE - Como está o estudo da TVP no Brasil em relação a outros países?
FB - Nosso país é um enorme celeiro destas pesquisas, vários autores, vários livros já estão disponíveis no mercado para o grande público. Como sugestão de leitura, eu indico o livro "Viajantes", da médica psiquiatra Maria Teodora Guimarães, é bem explicativo sobre a TVP, contando muitos casos clínicos. Também  existem pesquisas em países como Argentina, Holanda, Portugal e Estados Unidos, mas acho mesmo que o Brasil é a grande locomotiva deste trem.
TE - Pediríamos que o senhor deixasse sua mensagem final.
FB - Bem, eu agradeço sua gentileza por esta entrevista. Espero ter respondido claramente as perguntas e parabenizo o site pelo trabalho desenvolvido. Gostaria de reforçar o convite aos internautas para que participem do congresso e conheçam o trabalho realizado pela SBTVP. Muito obrigado.