DEPRESSÃO
Introdução
Aspectos clínicos: a depressão é uma doença crônica e para que se faça o seu diagnóstico
leva-se em conta a presença de um complexo sindrômico ( com 2 semanas de
duração): sintomas psíquicos(humor depressivo, anedonia, desânimo, diminuição
da concentração e do raciocínio); sintomas fisiológicos (alterações do sono, do
apetite e do interesse sexual); alterações de comportamento (crises de choro,
retraimento social, agitação ou lentificação psicomotora, comportamento
auto-lesivo).
Segundo
dados estatísticos, a depressão ocupa o 2º lugar no mundo como problema mental,
perdendo apenas para os transtornos ansiosos. Representa 30% de todas as
consultas médicas em qualquer especialidade. É uma doença muito freqüente
(2-19% da população) e tende a aumentar progressivamente ao longo dos próximos
anos. Segundo a OMS, em 2020 a depressão será a segunda causa de incapacitação
social, só perdendo para as doenças coronarianas. Faz-se urgente, a necessidade
de melhor compreendermos as suas causas mais profundas e as possibilidades terapêuticas
mais eficazes. Faz-se urgente que compreendamos a depressão como uma doença da
alma.
Causas
Considerando
a etiopatogenia da depressão, temos dentro de uma abordagem espiritual, dois
grandes grupos de depressão: As depressões de fundo carmático (onde há um
importante fator genético) e as depressões reativas (causadas por fatores ambientais,
experiências de vida).
As
primeiras se originam de ações moralmente doentias do espírito, em uma ou
diversas encarnações, nas quais prejudicou a si e a terceiros, acarretando uma
reencarnação onde há a escolha de material genético comprometido, predisposto à
depressão. Já as segundas são desencadeadas por situações vividas na atual
encarnação que levam ao adoecimento da tristeza.
É
importante lembrar que obsessão espiritual também pode causar depressão. Os
obsessores podem provocar depressão dos dois grupos. Atuando diretamente no
material genético, seja no momento da fecundação (na escolha do óvulo e do
espermatozóide) ou na mutação do zigoto, provocando a predisposição à
depressão. E atuando na vida do indivíduo, aumentando a sua carga de estresse,
provocando depressões do segundo grupo.
Também
não podemos nos esquecer que a depressão antes de tudo é um processo
auto-obsessivo, pois na realidade, há uma situação de rebeldia do espírito,
cuja energia destrutiva é voltada contra si…os sintomas e sinais do deprimido
apontam para esta direção: foge da luz, retraído; anorexia; insone;
comportamento auto-lesivo….
Tratamento da depressão
Há no
indivíduo deprimido, alterações bioquímicas no seu cérebro que explicam todos
os sintomas da depressão. São as deficiências de neurotransmissores tais como a
serotonina, a dopamina e a noradrenalina. Os medicamentos antidepressivos
corrigem estas deficiências. Mas apesar de sua eficácia comprovada e do alívio
e conforto para o paciente, trata-se ainda de um tratamento de “superfície”, de
um tratamento das conseqüências da depressão no corpo físico.
Recursos terapêuticos espíritas para a depressão
Podemos nos perguntar como aprofundar no tratamento da depressão, além do alcance dos psicofármacos?
Há
pesquisas e estudos em diversos locais do mundo que demonstram a importância da
religiosidade na saúde das pessoas, independente da religião que se professa.
Aqui então encontraremos recursos terapêuticos espíritas para tratamento da
depressão, na certeza de que a Doutrina dos espíritos é o consolador prometido
por Jesus.
1-
Estudo doutrinário: que leva a criatura a uma maior compreensão de Deus e de
Suas leis. A simples constatação da existência de Deus já alivia e conforta o
homem e sustenta a sua esperança, combatendo importantes sintomas depressivos
tais como a desesperança e a angústia.
A
compreensão de suas leis, em especial da lei de causa e efeito, promove uma
modificação importante na postura do deprimido diante da vida. Ele deixa de se
ver como vítima do destino, abandonado pelas benesses divinas e por isto um
grande sofredor, reconhecendo que todos nós somos donos do nosso rumo, portanto
retira do outro as suas responsabilidades…o paciente se implica no processo de
cura, se responsabilizando pelas causas e pela participação ativa no tratamento.
A
Doutrina espírita, que tem Jesus como exemplo maior, estimula o
autoconhecimento e a reforma íntima, levando a criatura ao tratamento das
causas mais profundas das doenças. À medida que promove a sua reforma, o próprio
espírito amplia as suas condições íntimas e melhora o seu estado vibracional,
quebrando a sintonia com obsessores. E também adquire força mental capaz de
atuar diretamente no campo material. Pode atuar no RNA (parte do código
genético presente no citoplasma e passível de mutações) eliminando a
predisposição genética à depressão, e no cérebro, melhorando as suas condições
bioquímicas, produzindo maior quantidade de neurotransmissores, aprimorando a
sensibilidade dos receptores e melhorando a sensibilidade do organismo aos
efeitos dos medicamentos.
2-
Prece: “Orar é identificar-se com a maior fonte de poder de todo o universo,
absorvendo-lhe as reservas” Emmanuel (Pensamento e vida).
Há 2
tipos de oração: As proferidas pelo próprio necessitado e as intercessórias.
Nas primeiras a atividade mental do paciente faz surgir novas energias que
atuam no campo celular, modificando o funcionamento bioquímico. Muitos
trabalhos científicos realizados com a ajuda da neuroimagem demonstraram que,
durante a prece, ocorrem mudanças em certas áreas cerebrais (córtices parietais
anteriores e pré-motores), levando a liberação de substâncias como as
endorfinas, que produzem sensação de prazer e bem-estar, combatendo os sintomas
depressivos, anedonia e mal-estar geral.
Quanto
às orações intercessórias, os resultados da pesquisa realizada pelo doutor
Carlos Eduardo Tosta (professor de imunologia da Faculdade de Medicina –
Universidade de Brasília) demonstram a sua eficácia: 52 estudantes de medicina
foram divididos em 26 duplas e tiveram seus sistemas imunológicos avaliados.
Fotos de um estudante de cada dupla foram entregues a religiosos, os quais
fizeram preces por eles sem que os mesmos soubessem disto. 36 meses depois,
novos exames foram realizados e verificou-se que os estudantes que receberam as
preces intercessórias tiveram alterações positivas em seus sistemas
imunológicos, ao contrário daqueles que não receberam.
Não
podemos nos esquecer da importância da prece feita pelo profissional de saúde,
abrindo espaço para o auxílio de entidades superiores, as quais auxiliam no
diagnóstico e no tratamento.
Portanto
a espiritualidade e os estudos científicos apontam para a mesma direção: a
prece pode beneficiar um paciente, mesmo quando feita por terceiros
3-
Fluidoterapia: André Luiz, nas obras psicografadas por Chico Xavier, se referiu
à técnica da fluidoterapia (passes e água fluidificada) como sendo “uma
transfusão de energia alterando o campo celular”. A fluidoterapia é a
utilização de recursos magnéticos dos encarnados associados aos recursos de
outros planos da vida, os quais podem atuar no corpo físico e no corpo
espiritual.
O
biólogo Ricardo Monesi, da UNIFESP, defende em sua tese de doutorado que essa
prática funciona como tratamento complementar nos distúrbios orgânicos e psicológicos.
Há alguns anos ele vem fazendo experiências com imposição de mãos em
camundongos. O biólogo observou que os animais que recebem este tratamento por
5 dias consecutivos apresentam aumento da capacidade de destruir células
cancerígenas.
No
caso da água fluidificada,o passista imanta a água com suas melhores energias,
através da imposição de mãos e/ou da mentalização. Ela absorve esses recursos
facilmente, como encontramos em diversos trabalhos publicados recentemente,
entre eles o livro do professor Emoto, do Japão, sobre a capacidade da água de
absorver energias sutis.
Novamente
temos aqui a convergência de trabalhos científicos e dos espíritos: podemos
utilizar a fluidoterapia no tratamento da depressão através do consumo da água
fluidificada de aplicações específicas de passes (o departamento de assistência
espiritual do Hospital espírita André Luiz, em Belo Horizonte, vem
desenvolvendo um interessante programa de tratamento com passes específicos
para cada patologia psiquiátrica e com isto tem auxiliado o trabalho dos
terapeutas daquela casa).
4-
Atendimentos mediúnicos: Através da mediunidade, o paciente deprimido pode
receber orientações espirituais de conforto e tratamento desobsessivo.
Considerando que a obsessão é um processo de sintonia mental e que o paciente
quando em crise depressiva se encontra com a estrutura emocional e os
pensamentos desequilibrados, ou seja, uma “antena defeituosa”, temos uma
predisposição aos processos obsessivos, os quais agravam a depressão.
Vimos
que a obsessão pode ser um fator causador ou agravante desta patologia, e por
isto deve ser dado uma atenção especial a esta situação.
5- O
atendimento fraterno: oportunidade de esclarecimento ao doente e aos seus
familiares de que a terapêutica espírita é complementar e não exclusiva e
excludente, ou seja, não seria a única forma de se tratar e nem dispensaria a
assistência profissional necessária.
6-
Atividades de promoção social: as casas espíritas possuem várias atividades de
auxílio aos necessitados. Tais tarefas são uma oportunidade de aprendizado para
aqueles que se dispõem a realizá-las. O contato com a dor do outro pode nos
sensibilizar, dando-nos a verdadeira dimensão do nosso mal. Estas atividades
podem despertar o deprimido, fazendo com que modifique seu comportamento.
Conclusão
Os
limites da medicina são um convite a uma ampliação dos nossos conhecimentos. O
tratamento médico psiquiátrico atual é feito com medicamentos que atuam nas
delicadas estruturas do sistema nervoso central. Através da compreensão da
realidade do espírito observamos a ampliação do conceito de cura e entendemos
que para se chegar a ela é preciso profundas mudanças na vida, no
comportamento, para modificar a raiz do problema, a causa localizada nos
tecidos mais sutis do indivíduo, no corpo espiritual.
A
proposta médico-espírita é de um aprofundamento do conhecimento das causas da
depressão e do seu tratamento, no sentido da auto-cura.
Recomendamos
que haja no cuidado do paciente deprimido, além dos tratamentos médico e psicológico,
um estímulo a religiosidade, respeitando as crenças individuais.
Afinal,
como disse o mentor Joseph Gleber, no livro “O Homem Sadio”:
“Saúde é a real conexão da criatura com o criador”
Referências em destaque Joseph Gleber – “O Homem Sadio – uma nova
visão