segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Edward Bach


Edward Bach
João Andrada
A história de vida de Edward Bach é uma história de predestinação, obstinação, altruísmo e dedicação, muitas vezes além de suas possibilidades físicas e materiais.
A dedicação profissional como médico clínico e pesquisador, para ele atividades inseparáveis, supera em muito sua história pessoal, onde se percebe que o Dr. Bach abriu nitidamente mão de uma em prol da outra.
Não se pode falar em Medicina Floral, seja do ponto de vista da pesquisa ou da prática clínica, sem nos referimos ao Dr. Bach e ao seu sistema de florais.
Tudo começou com ele, tudo advém dele, e mesmo atualmente com tantos outros sistemas em uso e em desenvolvimento, muito pouco se afastou de seus métodos originais.

Edward Bach viveu muito e pouco ao mesmo tempo. A intensidade do seu trabalho, o tempo e a forma que se dedicava à ele, e a experimentação em si próprio, parecem ter sido determinantes para sua morte precoce aos 50 anos.
A espiritualidade parece ter sido uma tônica em sua vida; sabia que tinha uma missão, um compromisso com a cura, com métodos mais acessíveis e humanos de cura, numa época em que a ciência médica oficial, era conservadora e promissora num só tempo.
Edward Bach nasceu em 24 de Setembro de 1886, em Moseley, na Inglaterra. Pertencia à uma família abastada, proveniente do País de Gales onde a mística, o mundo mágico dos druidas e das fadas, a cura natural e uma intima ligação com a natureza das florestas compunham seu universo cultural, e influenciaram acentuadamente a sua formação e a orientação do seu trabalho.
Antes de iniciar seus estudos de Medicina, aos 20 anos, na Universidade de Birminghan, trabalhou nas fábricas de sua família, onde pode fazer contato com operários e demais trabalhadores, e aprender sobre sua relação com saúde e principalmente com a doença.
Estas observações vieram a se consolidar mais tarde, após o início da sua pratica clínica, onde percebeu que um mesmo tratamento para uma mesma doença nem sempre funcionava; que havia diferenças individuais; que havia a personalidade de cada um, que havia enfim, algo alem da doença orgânica, do corpo físico.
Dr. Bach teve uma sólida formação acadêmica, conservadora, com vários títulos de especialização; Bacteriologista, Patologista e especialista em Saúde Pública nos anos de 1913 e 1914. Sua prática médica abrangeu o trabalho em consultório particular, na até hoje famosa Harley Street, e em diversos hospitais como o University College Hospital, e o National Temperance Hospital.
Realizava atendimento clínico e pesquisa laboratorial onde se tornou cada vez mais conhecido e respeitado nos meios científico e acadêmico por seus trabalhos e descobertas no campo da bacteriologia.
Para o Dr. Bach, a prática médica, apesar de bem sucedida do ponto de vista de sua clientela, era frustrante e pouco compensadora nos resultados obtidos com a medicina ortodoxa.

Os problemas de saúde, a partir de certo momento, sempre estiveram presentes na vida do Dr. Bach, e se tornaram mais um obstáculo a ser transposto.
Em 1914 foi obrigado a abandonar a chefia de importantes serviços médicos por doença. Recuperou-se, mas foi impedido de servir na Primeira Guerra por ter uma saúde frágil. Apesar desta limitação assumiu durante este período, grandes responsabilidades no Hospital Escola de Medicina, que se estenderam até 1919, interrompidas por alguns meses em 1917, quando teve que se submeter a uma cirurgia de urgência por grave hemorragia, da qual se recuperou em curto intervalo de tempo contrariando os prognósticos médicos, que falavam de limitações permanentes. Seus objetivos seguiam o caminho inverso da sua saúde; cada vez mais fortes e claros.
A constante inquietação de seu espírito, sua postura inconformista e questionadora, impulsionaram seu trabalho, passo a passo, até o desenvolvimento dos remédios florais, esta esplêndida forma de terapia do corpo e da alma.
Em artigo subseqüente, nesta revista sob o título Medicina Floral, abordaremos o processo de desenvolvimento dos florais e seus métodos de obtenção; a profunda integração entre determinadas situações de vida e este processo; fragmentos e comentários sobre os principais escritos de Bach; sua filosofia e o início da prática clínica com os florais.
Janeiro de 1997
João Andrada,
Médico, Professor do Departamento de Medicina Clínica da Universidade
Federal Fluminense, Professor de Medicina Vibracional do Curso de
Especialização em Psicossomática da Universidade Gama Filho.
Terapeuta Floral. Orientador de trabalhos individuais e em grupo de Healing.
FONTE: http://www.fw2.com.br/clientes/artesdecura/

A Medicina dos Novos Tempos


Dr. Guilherme Loja Kropf
O mundo tem vivido um período de rápidas mudanças. A tão falada globalização, os modernos meios de transporte, alimentos agora "transgênicos", novas profissões, nova concepção de casamento e família, enfim, quase tudo que diz respeito à maneira dos seres humanos se comportarem neste planeta tem estado em contínua modificação nesses novos tempos. Conseqüentemente, a humanidade se vê obrigada a viver em constante readaptação, algo que no passado era mais sutil, pois as mudanças levavam varias gerações para se efetivar. Chegamos ao ponto onde o computador tem deixado de ser artigo opcional e vem se transformando em instrumento de necessidade, impondo uma nova velocidade a todos os eventos, tal como aconteceu há alguns anos com o telefone, a energia elétrica e o automóvel.
A medicina permaneceu praticamente inalterada desde os seus primórdios até o inicio do século 20, no que diz respeito aos recursos. Só nesta época por exemplo, se começou a dominar a transfusão sanguínea para evitar a morte por hemorragia de parto. Na primeira metade deste século, de carona com os progressos da física, química e biologia, pode experimentar um importante, embora lento, desenvolvimento. Surgem os antibióticos, as vacinas, aprimoram-se as técnicas de assepsia, cirurgia e anestesia.
Porém, as últimas duas ou três décadas têm sido palco de um verdadeiro furacão de novidades A tecnologia de imagens associada à informática, trouxe novos recursos tais como ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada helicoidal onde é possível a reconstrução radiológica seletiva do tecido ou órgão desejado, a ultra-sonografia colorida em 3 dimensões etc. Novos tratamentos genéticos, transplantes de órgãos, remédios revolucionários, cirurgias não invasivas; são tantas as novidades que dificultam a capacidade do profissional de saúde manter-se atualizado cientificamente. A cada quatro anos, o número de informações médicas dobra.
Em meio a tantas mudanças, chegam os planos de saúde, ocupando a lacuna deixada cronicamente pela medicina pública. E com eles, chegam novas regras e normas de relacionamento entre clientes e médicos, promovendo muitas e importantes modificações no atendimento e procedimento médico. De um lado o cliente, envolvido pela propaganda da "moderna medicina" oferecida na TV, e para justificar o peso mensal do plano de saúde em seu orçamento, deseja consultar vários médicos, de preferência os melhores especialistas. "Já que eu pago tanto e quase não uso, quero logo fazer todos os exames é o pensamento corrente.
Por outro lado, com o fim da clientela particular, a grande maioria da classe médica não teve alternativa a não ser trabalhar para os convênios. Muitos, aproveitando a demanda que o desenvolvimento científico acelerado proporcionou, investiram em aparelhos sofisticados, criando assim, novas especialidades que não existiam no passado como endoscopistas hemodinamicistas e outros. "O procedimento é moderno, eu necessito pagar o aparelho importado, os clientes desejam se submeter, os convênios pagam, então vamos lá !!!" E com tantos e tão caros exames a pagar, sobram, por parte dos convênios e cooperativas médicas, poucos recursos para remunerar o mais importante e característico ato da história da medicina: a consulta médica.
Muitos profissionais mantêm consultórios credenciados porque são, em última análise, a fonte geradora de exames e procedimentos específicos. Entretanto o clínico geral – que tem a consulta como único evento a ser remunerado – , se vê obrigado a ser rápido, ágil e objetivo em seus encontros com os pacientes, visando apenas os sintomas emergentes. É inviável enveredar por qualquer caminho demorado na busca ou tratamento das verdadeiras e profundas causas das doenças. Deve solicitar exames complementares e encaminhá-los aos especialistas para cuidar dos aspectos específicos. É batizada pelos clientes de planos de saúde como a "consulta de convênio", na qual a anamnese e o exame físico detalhado ficam somente para os casos mais graves.
Um estudo mostrou que, no momento atual, uma consulta vale pouco mais que um corte de cabelo (que por sinal é pago à vista) e o médico generalista, para manter uma família de 2 filhos, de classe média, um consultório com suas despesas inerentes ( secretária, impostos, telefone, condomínio etc.) e ter um mínimo de atualização ( livros, cursos, congressos ), necessita atender diariamente 1 paciente a cada 20 minutos, 8 horas por dia sem interrupções, 5 dias na semana, e sem sofrer censuras por parte dos convênios ( que não pagam a 2ª consulta no mesmo mês.) E também sem férias, 13º salário, fundo de garantia, aposentadoria, sem o direito ao menos de quebrar o pé, quanto mais de ficar afastado do trabalho por alguma doença séria. Ou seja, deve ser uma verdadeira e infalível máquina de fazer consultas...Faz lembrar o filme Tempos Modernos de Chaplin onde o funcionário não podia se afastar ao menos um segundo da esteira rolante de trabalho em função da produção em série.
Como conseqüência de todas essas mudanças, me pergunto se, apesar de menos recursos técnicos, as consultas médicas de nossos avós não teriam maior resolutividade e abrangência na abordagem ao desequilíbrio energético causador das doenças humanas. Ganhavam em escuta, compreensão, exame físico, conhecimento da vida dos pacientes e formação de um elo de confiança na relação do doente com o SEU MÉDICO, cujo efeito benéfico e, por vezes, curativo é inegável.
Porque isto não mudou. O ser humano desde que existe sempre adoeceu e nestes momentos fica ávido de atenção, carinho, necessitando ter esperança e confiança que outro ser humano, o médico, vai se dedicar e dispor de seu conhecimento para tentar aliviar o sofrimento e orientar no sentido da saúde. A pessoa doente tende a repetir a experiência de uma criança que se machuca e procura a mãe para, pelo menos num aconchego carinhoso, "dividir" a dor. Todo mundo quer encontrar um médico calmo, que lhe escute e ampare e que tenha um mínimo de disponibilidade, sem ficar olhando o relógio, preocupado com o tempo da consulta e com a sala de espera cheia.
É preocupante quando o imediatismo ocupa o espaço do raciocínio clínico. Recentemente uma senhora de 78 anos necessitou internação hospitalar por quase 10 dias. Ela tinha 3 médicos e tomava 6 medicamentos: hormônio tireoidiano (endocrinologista), 2 antiarrítimicos (cardiologista) e 3 calmantes (neurologista). A queixa principal era agitação noturna ( vestia-se às 2 horas da madrugada querendo ir a missa), desorientação e quedas frequentes. Foi observado durante a internação, que a dose do hormônio tireoidiano administrado estava muito elevada e gerava, como efeitos colaterais, todos os outros sintomas ( que estavam sendo medicados com os outros 5 remédios). Teve alta assintomática, com apenas 1 remédio/dia. E a despesa do convênio foi 10 vezes maior. Uma consulta à moda antiga talvez tivesse evitado o sofrimento da internação hospitalar
Não se pode tratar "partes da pessoa" como se substitui peças de um automóvel. A falta de visão global holística, incluindo aspectos familiares, existenciais, profissionais, espirituais e afetivos, gera procedimentos muitas vezes desnecessários e prejudiciais à saúde. Especialistas são importantes, exames novos, remédios potentes, todos são bem vindos. Devemos utilizar todas as possibilidades que a ciência oferece mas nós, médicos, pacientes e responsáveis pela direção dos convênios, devemos estar atentos para preservar a energia que permeia a relação durante uma consulta médica. Devemos enxergá-la, valorizá-la e remunerá-la como o evento mais importante do exercício da medicina, e que detém o poder de traçar o caminho mais curto, mais seguro e mais barato para o restabelecimento e preservação do estado de saúde. A tecnologia não pode afastar a face humana do encontro médico-paciente.
Quem tem 1 médico tem 1.
Quem tem 2 médicos, tem meio.
Quem tem 3 médicos, não tem nenhum.

Guilherme Loja Kropf – Médico e homeopata.
Clínico geral do Hospital Evangélico RJ
FONTE: http://www.fw2.com.br/clientes/artesdecura/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal e Espiritismo


                                             Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Histórico. 4. Nascimento de Jesus: 4.1. A Manjedoura; 4.2. Anúncio Profético; 4.3. Uma Nova Luz. 5. A Simbologia do Natal: 5.1. Papai Noel; 5.2. O Espírito do Natal; 5.3. Numa Véspera de Natal. 6. A Mensagem do Cristo através do Espiritismo: 6.1. Um Conquistador Diferente; 6.2. O Espiritismo como Revivescência do Cristianismo; 6.3. Festa de Natal para os Espíritas. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
 
1. INTRODUÇÃO

De onde vem o termo Natal? Por que 25 de dezembro? Desde quando se comemora nesta data? Qual o espírito do Natal? Qual o significado dos presentes, das árvores e do Papai Noel? Tencionamos desenvolver este assunto analisando o nascimento de Cristo, o espírito natalício e os subsídios oferecidos pelo Espiritismo, para uma melhor interpretação da sua simbologia.

 2. CONCEITO
Natal - Do latim natale significa nascimento. Dia em que se comemora o nascimento de Cristo (25 de dezembro).
3. HISTÓRICO
As Igrejas orientais, desde o século IV, celebravam a Epifania (“aparição” ou “manifestação”), em 6 de janeiro, cujo simbolismo referia-se ao mistério da vinda ao mundo do Verbo Divino feito homem. Em Roma, desde o tempo do Imperador Aureliano (274), o dia 25 de dezembro (solstício de Inverno, no calendário Juliano) era consagrado ao Natalis Solis Invicti, festa mitríaca do “renascimento” do Sol. A Igreja romana não tardou em contrapor-lhe a festa cristã do Natale de Cristo, o verdadeiro “sol de justiça”. Esta festa pronto se estendeu por todo o Ocidente, não tardando também em ser adotada por todas as igrejas orientais. (Enciclopédia luso-Brasileira de Cultura)
O nascimento de Cristo sempre esteve envolvido em controvérsias. Para uns, seria 1.º de janeiro; para outros, 6 de janeiro, 25 de março e 20 de maio. Pelas observações dos chineses, o Natal seria em março, que foi quando um cometa, tal qual a estrela de Belém, reluziu na noite asiática no ano 5 d.C. Como data festiva, é um arranjo inventado pela Igreja e enriquecida através dos tempos pela incorporação de hábitos e costumes de várias culturas: a árvore natalina é contribuição alemã (século VIII); o Papai Noel (vulgo São Nicolau) nasceu na Turquia (século IV); os cartões de natal surgiram na Inglaterra, em meados do século XIX. (Estado de São Paulo, p. D3)
4. NASCIMENTO DE JESUS
4.1. A MANJEDOURA
Conta-se que Jesus nascera numa manjedoura, rodeado de animais. Um monge diz que isso não é verdade, pois como a casa de José era pequena para abrigar toda a sua família, o novo rebento deu-se no estábulo. Em termos simbólicos, a manjedoura revela o caráter humilde e simples daquele que seria o maior revolucionário de todos os tempos, sem que precisasse escrever uma única palavra. Os exemplos de sua simplicidade devem nortear os nossos passos nos dias que correm. De nada adianta dizermo-nos adeptos de Cristo e agirmos de modo contrário aos seus ensinamentos.
4.2. ANÚNCIO PROFÉTICO
O nascimento de Jesus fora anunciado pelos profetas da antiguidade, nos seguintes termos: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus convosco)”. Na época predita veio ao mundo o arauto, o Salvador, aquele que tiraria os “pecados” do mundo. Os judeus, contudo, não entenderam a grande mensagem do Salvador: esperavam-no na condição de rei, de governador. Ele, porém, dizia ser rei, mas não deste mundo. Enaltecendo a continuidade desta vida, vislumbrava-nos a expectativa da vida futura, muito mais proveitosa e sem as dificuldades materiais da vida presente.
4.3. UMA NOVA LUZ
O nascimento de Jesus coincide com a percepção de uma nova luz para a humanidade sofredora. Os ensinamentos de Jesus devem servir para transformar não apenas um homem, mas toda a Humanidade. Numa simples visão de conjunto, observamos o que era planeta antes e no que se transformou depois de sua vinda. O Espírito Emmanuel, em Roteiro, diz-nos que antes de Cristo, a educação demorava-se em lamentável pobreza, o cativeiro era consagrado por lei, a mulher aviltada qual alimária, os pais podiam vender os filhos etc. Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento. Iluminados pela Divina influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes; Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados; instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular etc. (Xavier, 1980, cap. 21)
5. A SIMBOLOGIA DO NATAL
5.1. PAPAI NOEL
Papai Noel, símbolo do Natal, é usado pelos comerciantes, a fim de incrementar as vendas dos seus produtos no final de cada ano. O espírito do natal, segundo a propaganda, está relacionado com a fartura da mesa, a quantidade de brinquedos e outros produtos que o consumidor possa ter em seu lar. À semelhança dos reflexos condicionados, estudados por Pavlov, há repetição, intensidade e clareza dos estímulos à compra, dando-nos a entender que estamos comemorando o renascimento de Cristo. Se não prestarmos atenção, cairemos na armadilha do consumismo exacerbado, dificultando a meditação e a reflexão durante esta data tão especial para a Humanidade.
5.2. O ESPÍRITO DO NATAL
O espírito do Natal deve ser entendido como a revivescência dos ensinos de Cristo em cada uma de nossas ações. Não há necessidade de esperarmos o ano todo para comemorá-lo. Se em nosso dia-a-dia estivermos estendendo simpatia para com todos e distribuindo os excessos de que somos portadores, estaremos aplicando eficazmente a “Boa-Nova” trazida pelo mestre Jesus. “Não se pode servir a Deus e a Mamon”. A perfeição moral exige distinção entre espírito e matéria. A riqueza existe para auxiliar o homem no seu aperfeiçoamento espiritual. Se lhe dermos demasiado valor, poderemos obscurecer nossa iluminação interior. Útil se torna, assim, conscientizarmo-nos de que somos usufrutuários e não proprietários dos bens terrenos.
5.3. NUMA VÉSPERA DE NATAL
Conta-nos o Espírito Irmão X que Emiliano Jardim, cujas noções materialistas estragavam-lhe os pensamentos, viera a sofrer uma dor de paternidade, ao ver o seu filho arrebatado pela morte. Abatido pela dor, começa a se interessar pelo Catolicismo. Porém, repelia veemente todos os que pensavam de forma diferente a respeito do Cristo. Do Catolicismo passa para o Protestantismo, mas sem que o Mestre penetrasse no seu interior. Depois de longa luta, Emiliano sente-se insatisfeito e ingressa nos arraiais espiritistas. Emiliano, como acontece à maioria dos crentes, vislumbra a verdade dos ensinamentos de Jesus, anseia por vê-lo nos outros homens, antes de senti-lo em si mesmo.
Com o passar do tempo, teve outros revezes.
Numa véspera de Natal, em que o ambiente festivo lhe falava da ventura destruída do coração, Emiliano quis por termo à própria vida.
Na hora amargurada em que o mísero se dispunha a agravar as próprias angústias, uma voz se fez ouvir no recôndito de seu espírito:
“— Emiliano, há quanto tempo eu buscava encontrar-te; mas sempre me chamavas através dos outros, sem jamais me procurar em ti mesmo! Dá-me tua dor, reclina a cabeça cansada sobre o meu coração!... Muitas vezes, o meu poder opera na fraqueza humana. Raramente meus discípulos gozam o encontro divino, fora das câmeras do sofrimento. Quase sempre é necessário que percam tudo, a fim de me acharem em si mesmos”.
Emiliano estava inebriado. E a voz continuou:
“— Volta ao esforço diário e não esqueças que estarei com os meus discípulos sinceros até ao fim dos séculos! Acaso poderias admitir que permaneço em beatitude inerte, quando meus amigos se dilaceram pela vitória de minha causa? Não posso estacionar em vãs disputas, nem nas estéreis lamentações, porque necessitamos cuidar do amoroso esclarecimento das almas. É por isso que estou, mais freqüentemente, onde estejam os corações quebrantados e os que já tenham compreendido a grandeza do espírito de serviço. Não te rebeles contra o sofrimento que purifica, aprende a deixar os bonecos a quantos ainda não puderam atravessar as fronteiras da infância. Não analises nunca, sem amar. Lembra-te de que quando criticares teu irmão, também eu sou criticado. Ainda não terminei minha obra terrestre, Emiliano! Ajuda-me, compreendendo a grandeza do seu objetivo e entendendo a fragilidade dos teus irmãos”. (Xavier, 1982, p. 40)
6. A MENSAGEM DO CRISTO ATRAVÉS DO ESPIRITISMO
6.1. UM CONQUISTADOR DIFERENTE
A história está repleta de conquistadores: Sesóstris, em seu carro triunfal, pisando escravos e vencidos, em nome do Egito sábio; Nabucodonosor, arrasando Nínive e atacando Jerusalém; Alexandre, à maneira de privilegiado, passa esmagando cidades e multidões; Napoleão Bonaparte, atacando os povos vizinhos. A maioria desses homens fizeram as suas conquistas à custa de punhal e veneno, perseguição e força, usando exército e prisões, assassínio e tortura.
“Tu, entretanto, perdoando e amando, levantando e curando, modificaste a obra de todos os déspotas e legisladores que procediam do Egito e da Assíria, da Judéia e da Fenícia, da Grécia e de Roma, renovando o mundo inteiro. Não mobilizaste soldados, mas ensinaste a um punhado de homens valorosos a luminosa ciência do sacrifício e do amor. Não argumentaste com os reis e com os filósofos; entretanto, conversaste fraternalmente com algumas crianças e mulheres humildes, semeando a compreensão superior da vida no coração popular”. (Xavier, 1978, cap. 49, p. 261)
6.2. O ESPIRITISMO COMO REVIVESCÊNCIA DO CRISTIANISMO
De acordo com os princípios doutrinários do Espiritismo, Jesus foi o personificador da segunda revelação da lei de deus, pois a primeira viera com Moisés, no monte Sinai, onde recebera a tábua dos Dez Mandamentos. Como Moisés misturou a lei humana com a lei divina, Jesus veio para retificar o que de errado havia, como é o caso de transformar a lei do “olho por olho” e a do “dente por dente” na lei do amor e do perdão. A sua pregação da boa nova veio ensinar ao homem a lei de causa e efeito e da justiça divina, quer seja nesta ou na outra vida, ou seja, a vida futura. Allan Kardec, com o auxílio dos Espíritos superiores, deu continuidade a esta grande obra de elucidação dos caminhos da evolução.
6.3. FESTA DE NATAL PARA OS ESPÍRITAS
Na noite em que o mundo cristão festeja a Natividade do Menino Jesus, os espíritas devem se lembrar de comemorar o nascimento da Doutrina Espírita, entendida como a terceira revelação, um novo marco no desenvolvimento espiritual da humanidade, em que todos os problemas, todas as dúvidas, todas as dores serão explicadas à luz da razão e do bom senso. Dentro deste contexto, a lei da reencarnação é um dos princípios fundamentais para o perfeito entendimento do sofrimento e da dor. De acordo com a reencarnação ou a diversidade das vidas sucessivas, temos condições de melhor vislumbrar o nosso futuro, que nada mais é do que uma continuidade daquilo que estivermos fazendo nesta vida. Optando pela prática do bem, teremos uma vida futura feliz; escolhendo o mal, teremos que sofrer as suas conseqüências, no sentido de nos adaptarmos à lei do progresso, que é inexorável.
7. CONCLUSÃO
Jesus, através de seus emissários, está sempre falando conosco, no sentido de nos incentivar a amar cada vez mais o nosso próximo, independentemente de como este esteja nos tratando. Pergunta-se: que vantagem há em amarmos os que nos amam?

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]
ESTADO DE SÃO PAULO. 21/12/1996
XAVIER, F. C. Roteiro, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980.
XAVIER, F. C. Reportagens de Além-Túmulo, pelo Espírito Irmão X. 6. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1982.
XAVIER, F. C. Pontos e Contos, pelo Espírito Irmão X. 4. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1978.
São Paulo, dezembro de 1999.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Transtorno de personalidade limítrofe


O Transtorno de Personalidade Limítrofe (TPL), também muito conhecido como Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), Transtorno Estado-Limite da Personalidade é definido como um grave transtorno de personalidade caracterizado por desregulação emocional, raciocínio extremista (cisão) e relações caóticas. Pessoas com personalidade limítrofe podem possuir uma série de sintomas psiquiátricos diversos como humor instável e reativo, problemas com a identidade, assim como sensações de irrealidade e despersonalização. Com tendência a um comportamento briguento, também é acompanhado por impulsividade sobretudo autodestrutiva, manipulação e chantagem, conduta suicida, bem como sentimentos crônicos de vazio e tédio. Esses indivíduos são aparentemente vistos como “rebeldes”, “problemáticos” ou geniosos e temperamentais, no entanto, na realidade possuem um grave distúrbio. É frequentemente confundido com depressão, transtorno afetivo bipolar ou portador de psicopatia, sendo considerado um dos mais complicados transtornos de personalidade, com grande dificuldade de tratamento.

O TPB é um grave distúrbio que afeta seriamente toda a vida da pessoa acometida causando prejuízos significativos tanto ao próprio indivíduo como às outras pessoas. Frequentemente eles precisam estar medicados com algum tipo de medicamento psicotrópico como antidepressivos para evitar um descontrole emocional intenso.

Os sintomas aparecem durante a adolescência e se concretizam nos primeiros anos da fase adulta (em torno dos 20 anos) e persistem geralmente por toda a vida. Essa fase pode ser desafiadora para o paciente, seus familiares e seus terapeutas, mas na maioria das vezes a severidade do transtorno diminui com o tempo. Como os sintomas tornam-se perceptíveis principalmente na adolescência, a família desses indivíduos podem supor que a rebeldia, impulsividade, descontrole emocional e instabilidade da auto percepção e valores são coisas típicas da idade, mas geralmente não fazem ideia que estão diante de um ente com um grave distúrbio que sofre muito por ser assim.

As perturbações sofridas pelos portadores do TPL alcançam negativamente várias facetas psicossociais da vida, como as relações em ambientes escolares, no trabalho, na família. Envolvimento com drogas, tentativas de suicídio e suicídio consumado são possíveis resultados sem os devidos cuidados e terapia. A psicoterapia é indispensável e emergencial.

A maioria dos estudos indica uma infância traumática (diversas formas de abusos; separação dos pais, ou a soma de ambos e outros fatores) como precursora do TPL, ainda que alguns pesquisadores apontem uma predisposição genética, além de disfunções no metabolismo cerebral.

Estima-se que 2% da população sofram deste transtorno, com mulheres sendo mais diagnosticadas do que homens.

O termo “borderline” (limítrofe) deriva da classificação de Adolph Stern que descreveu, na década de 1930, a condição como uma patologia que permanece no limite entre a neurose e a psicose. Pelo fato de o termo carecer de especificidade, existe um atual debate se esta doença deva ser renomeada.[1]

Transtorno Bipolar - na visão espírita


Transtorno Bipolar - na visão espírita
Dr. Luiz Paiva*
O transtorno bipolar é uma doença funcional do cérebro relacionada aos neurotransmissores cerebrais, que provoca oscilações imprevisíveis do humor, que vai da depressão aos estados mais elevados, chamados de hipomania ou mania.

Afetando em torno de 1 a 8% da população, conforme a gravidade, distribuído igualmente entre homens e mulheres, o TB(transtorno bipolar) permanece como crônico em 1/3 dos acometidos, perdurando por toda vida. Surge geralmente na terceira década de vida e os sintomas depressivos predominam na maior parte do tempo.

Conquanto receba o nome de transtorno bipolar do humor, ele tem subespécies onde só se manifesta a mania ou a depressão ou estados mistos de mania e depressão, em que predomina a irritabilidade. Comumente,quando se apresenta com o predomínio dos sintomas depressivos é mal diagnosticado como depressão maior e tratado erroneamente com antidepressivos somente, o que piora o quadro.

Por isso, o diagnóstico deve ser feito por profissional qualificado,após exame clínico acurado e colhida história detalhada da enfermidade e sua evolução.
Sabe-se que o transtorno funcional dos neurotransmissores como noradrenalina, serotonina e dopamina desempenham papel fundamental na doença, e estudos mostram uma base genética também, pois incide mais frequentemente em algumas famílias.

Conquanto existam os fatores predisponentes, há também as situações desencadeantes, geralmente associadas ao estresse ambiental ou uso e abuso de substâncias psicotrópicas, legais e ilegais.

Pelo que você pode observar, até agora analisamos apenas os fatores biológicos e ambientais, ficando uma lacuna nos aspectos psíquicos e espirituais. Há fatores intrapsíquicos, como a estrutura de personalidade, que joga como um fator de facilitação para a emersão do estado patológico.

Aqui, de igual forma, torna-se impossível separar os fatores espirituais, cármicos , dos fatores psíquicos, pois ambos procedem de uma mesma fonte,qual seja, o espírito imortal.

Torna-se vital avaliarmos o papel que desempenha o cérebro e o corpo físico como um todo no processo da evolução espiritual. O cérebro e o sistema endócrino-humoral é um grande sistema cibernético ou computadorizado, de natureza analógica e não digital, isto é, responde às gradações de forma gradual e não pelo tudo ou nada. Isto faculta ao cérebro ser um meio modulador dos impulsos mentais advindos do espírito, atenuando-os ou potencializando-os, conforme as necessidades adaptativas ou educativas da interação espírito- matéria.

Em assim sendo, as tendências patológicas agem como um alarme, fazendo o espírito automodular-se nas tendências e paixões. É a própria Lei de Causa e Efeito a serviço da educação, finalidade maior de sua existência no grande plano pedagógico de Deus.

À guisa de metáfora, seria como um mau motorista que, notório abusador dos recursos do veículo, desgastando-o prematuramente no descontrole da velocidade e nas frenagens, arriscando-se e levando riscos aos outros, recebesse como parte do seu processo reeducativo um veículo com deficiência nos freios, obrigando-o a restringir a velocidade e a utilizar marchas adequadas, de modo a lhe permitir o devido controle no direcionamento veicular.

Assim podemos melhor compreender a injunção cármica dos transtornos mentais como um todo, que servem de recursos retificadores dos trânsfugas espirituais que, destarte, corrigem em si mesmos os desvios das paixões alucinantes, do suicídio direto e indireto, dos abusos da inteligência e de outras formas de viciação e alienação do espírito.

No âmbito do tratamento, embora a própria enfermidade seja em si mesma uma forma de cura da causa original do problema, a providência divina concedeu à medicina humana os meios paliativos e mesmo efetivos de controlar, digamos, o descontrole. No caso do transtorno bipolar temos uma imensa gama de substâncias chamadas de estabilizadores do humor que se utilizam no tratamento de crise e no de longo prazo desta devastadora doença.
Sob o ponto de vista espiritual, strictu sensu, a reforma íntima, a vigilância e a oração, o propósito no bem, as ações beneficentes constituem-se na melhor profilaxia e tratamento.

Não raro, os portadores de TB trazem um séquito de cobradores do passado que podem vir a ser soezes obsessores, complicando um quadro já em si complexo e difícil. O transtorno bipolar do humor parece ser um facilitador da manifestação de faculdades mediúnicas, o que junto às afinidades espirituais do passado e os seus compromissos, vulnerabilizam sobremaneira o enfermo, que se torna assim presa fácil de múltiplos fatores alienantes. É desnecessário dizer que a utilização da terapêutica espírita é de grande valia, se acompanhada do devido esforço regenerativo por parte do doente.

*AUTOR:Luiz Paiva é médico psiquiatra e atual Vice-Presidente da AME-GO
FONTE: http://amigoespirita.ning.com/profiles/blog/show?id=
2920723%3ABlogPost%3A522261&xgs=1&xg_source=msg_share_post


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Prisioneiro da insatisfação

Prisioneiro da insatisfação
Quando atraímos situações em que nos sentimos de verdade satisfeitos, isto nos conduz a um estado de paz interior fazendo com que acreditemos na vida e nos entreguemos ao seu fluxo saudável, independentemente do que possa ocorrer. Como o ego não quer que venhamos a nos sentir livres para criarmos uma vida a partir de nossa essência, ele cria infinitas situações em que, aparentemente, estamos em busca da felicidade, mas que na verdade são situações que sempre nos mantêm prisioneiros da insatisfação, colocando-nos longe de nossa verdade divina. Tornamo-nos eternos insatisfeitos, buscadores incansáveis de satisfações ilusórias criadas pelo ego, na tentativa de nos levar para fora, para que não façamos a jornada interior, que é onde está aprisionada a nossa satisfação divina.

O ego sabe que não querermos enfrentar nossos monstros internos, ele nos fez fugir disso durante toda a nossa vida e nos fez acreditar que é o mundo exterior que nos ameaça, que é lá fora que encontramos nossos piores inimigos. Ele criou toda uma estrutura dentro de suas estratégias de sobrevivência, carregada dessas crenças no mal exterior, fazendo com que desviássemos o olhar de dentro de nós, buscando fora a satisfação e libertação. Passamos a acreditar que somos pobres vítimas nas mãos de algozes e vampiros, quando, na verdade, por trás de toda essa camada criada pelo ego, está escondida nossa realidade sombria, que o ego tranca com todas as suas forças, utilizando-a de forma dissimulada sempre que se sente em perigo nos fazendo acreditar que precisamos nos defender e usa nossas forças destrutivas de forma justificada para "matar os outros", nos fazendo crer que foi em nossa legítima defesa. Ele quer provar sua superioridade e ter poder.
Ao tomarmos consciência de nosso poder destrutivo, a vergonha e a culpa se manifestam com intensidade, vindo à luz de nossa consciência. A senhora culpa é o nosso pior algoz, ela nos mantém prisioneiros de forma cruel. Se desejarmos ir além, descobriremos que o ego usou todas as estratégias e lutas no mundo superficial para nos impedir de "descer ao patamar abaixo" e entrar em contato com nosso lado destrutivo e sombrio. Se desejarmos ir além, descobriremos que o ego usou esse lado destrutivo para nos aprisionar na indignação e no medo que sentimos desse "ser" que há em nós, para nos impedir de "descer ao patamar mais abaixo", onde encontramos a culpa, tão cruel e perigosa.
Seguindo essa trilha, compreendemos que o ego promove condições, dentro dos recursos que têm à sua disposição, no universo de nosso inconsciente, provenientes de nossas sub-personalidades de vidas passadas, e vai operando através de camadas. Em cada "patamar" de nosso inconsciente, o ego reserva algo que tememos muito. Sua intenção é impedir que tenhamos coragem de mergulhar no inconsciente. O ego tenta nos manter na superfície durante grande parte da nossa vida, criando tumultos e fazendo-nos ficar ocupados em nos defendermos do mundo. Quando finalmente descemos a outros níveis, sempre encontramos condições abomináveis ou aterrorizantes em nosso inconsciente, fazendo com que nunca pensemos em "descer mais", mas sim, pensemos em "subir a todo vapor", para fugir desse cenário que tanto nos perturba.
Por que será que o ego se dá a esse trabalho todo, o que será que acontece dentro de nós, que faz com que ele crie todos esses recursos para nos impedir de fazermos a jornada interior?

Por "baixo" de todas essas camadas de negatividade e destrutividade que há em nosso inconsciente, está trancada a parte mais divina e essencial de nossa alma, a parte que contém os recursos, dons, poderes e sabedoria mais preciosos que carregamos em nosso ser (lembrando que outras partes de nossa alma estão "por aí" perdidas, aprisionadas ou escondidas e temos livre em nós apenas uma parte "pequena" suficiente para nos mantermos vivos). Se esta parte tão divina de nossa alma estiver livre, nós simplesmente nos entregamos ao divino que há em nós e nossa vida acontece de forma suave e fluídica, com a sincronicidade se manifestando de forma poderosa, nos levando passo a passo na trilha de nosso coração.

Obviamente, o ego não quer isso e é influenciado pelas nossas sub-personalidades de vidas passadas que atuam dentro de nós com um poder negativo muito intenso; elas não querem que resgatemos essa parte divina de nós, pois temem que passemos pelas mesmas experiências dolorosas que elas passaram quando foram as "personalidades do momento" nas vidas passadas. Elas simplesmente não querem que nos manifestemos a partir de nossa parte mais essencial da alma.
Porém, apesar de isso ser algo tão desolador, precisamos compreender que é até conveniente, pois se nosso inconsciente tem tanta força e poder sobre nós, imagine se nossa essência estivesse livre, nas mãos dele e do ego, com certeza usariam nossos poderes da alma de forma muito mais destrutiva. Assim, é até melhor que nossa alma esteja prisioneira/protegida, enquanto nos tornamos conscientes dessa realidade e começamos a buscar recursos para resgatá-la.
Quando adentramos a jornada interior, de forma firme e honesta, somos capazes de descobrir e confrontar cada camada desses patamares do inconsciente. Sabendo que somos regidos por nosso Eu Superior e se nos mantivermos conectados a ele, a cada patamar que adentrarmos, poderemos ser apenas observadores de tudo o que descobrimos, nos acolhendo em nossos sentimentos e emoções, e aceitando toda a realidade oculta que se manifestar a nós. Com esta atitude, poderemos pedir ao Eu Superior que nos traga os recursos que ele possui para lidarmos com essas partes negativas de nós. O resgate de nossa alma acontecerá aos poucos, à medida que formos nos tornando mais conscientes de nossas forças destrutivas e formos nos colocando na posição de educadores dessas partes, conduzindo-as de forma segura, para que passem a atuar de forma mais adequada e saudável, em conjunto com nossa realidade divina.
Com isso vamos criando um ambiente interno mais favorável à expressão de nossa alma, as sub-personalidade vão entendendo que esse poder liberado que nos fará evoluir não é mal e vão começando a aceitar a idéia, enquanto nós estaremos atentos a elas, para que não se aproveitem da liberação da energia de nossa alma, usando-a de forma velada. Tudo é uma questão de conscientização, responsabilidade e educação de nossas partes negativas, de nossas sub-personalidades.

Para que possamos criar condições de resgatar essa parte tão divina de nossa alma, poderemos nos sintonizar a ela, apenas com o desejo de nosso coração, criando uma comunicação direta pedindo que ela vibre em nossa direção de forma a nos guiar, nos mostrando os recursos que temos à nossa disposição, para que possamos resgatá-la e para iluminarmos nosso inconsciente. Ela irá se expressando de forma a que tudo dentro de nós comece a se organizar e suavizar, criando um ambiente saudável e seguro para sua expressão mais intensa, promovendo também a possibilidade de trazermos de volta as outras partes de nossa alma.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Multiplicidade: A nova ciência da personalidade


Multiplicidade: A nova ciência da personalidade

Sinopse

Ser múltiplo é uma qualidade inerente ao homem. Portanto, a multiplicidade não deve ser encarada como uma aberração, pelo contrário: trata-se do estado natural do ser humano, é o que diz a escritora e conferencista Rita Carter, especialista no cérebro humano. Em “Multiplicidade: A nova ciência da personalidade”, a autora lança um novo olhar sobre os achados das pesquisas e experiências científicas mais recentes sobre a memória humana e sobre o senso de identidade de cada indivíduo, oferecendo ao leitor um guia essencial para harmonizar suas personalidades, explicando como identificar os diferentes personagens que residem em cada um de nós e como fazê-los agir em conjunto num mundo que demanda mais e mais do sujeito.

Afinal, os “eus” não trabalham juntos, mas brigam pelo poder e para gradativamente arruinar o outro. Já na Grécia Antiga, Platão havia entendido que a psique era dividida em três partes: a racional, a espiritual e a sensorial. No século IV, Santo Agostinho escreveu sobre seu “antigo eu pagão” que aparecia à noite para atormentá-lo, explica a autora. Mais tarde, a genialidade de Shakespeare criou os famosos personagens que vivem o conflito de identidades duplas, como Hamlet, Macbeth, Otelo e outros. O início do século XX trouxe as idéias de Freud sobre a existência de uma mente consciente e outra inconsciente, enquanto a teoria dos arquétipos de Jung sustentava a presença de entidades separadas no inconsciente.


Muitos autores dedicaram-se ao estudo da múltipla personalidade e várias escolas surgiram para explicar e tratar os sintomas da multiplicidade, desde a hipnose até à moderna tecnologia de imagem, passando pelos Transtorno de Múltipla Personalidade (TMP) e Desordem de Identidade Dissociativa (DID), que geraram controvertidos e polêmicos diagnósticos. As pesquisas da neurociência levaram à conclusão de que não existe um “eu essencial” no cérebro humano, mas um conglomerado de mentes menores que surgem em determinadas situações e desaparecem depois de utilizadas. As técnicas de imagem mostram claramente o que está acontecendo no cérebro, sinalizando até mesmo a mais tênue diferença entre uma afirmação verdadeira e outra falsa. As tecnologias de imagem cerebral tornaram possível ver dentro da cabeça da pessoa e observar as combinações neurais que produzem sensações, pensamentos e sentimentos.


Todos podem ver, exposto na tela, como sua vida interna é gerada, afirma a autora. Portanto, o livro de Rita Carter é sobre a multiplicidade normal, comum a todas as pessoas. Ela afirma que entender sobre esta forma extrema de multiplicidade pode ajudar o homem a se conhecer melhor. Sua intenção é mostrar que a personalidade não é um bem inato. Ao contrário, as crianças vêm equipadas com impulsos e inclinações genéticas, mas suas personalidades são construídas com os tijolos da experiência.


RITA CARTER, é jornalista especializada em ciência e medicina. Autora de livros sobre esses temas, ganhou duas vezes o Medical Lournalists´Association. Colabora para veículos como The Times, New Scientist, Telegraph e Independent. Realiza palestras nos Estados Unidos e Europa.