Os Guias e a Apometria
Muito tem se falado e escrito sobre Apometria. Este texto foi extraído
do livro “Causos de Umbanda” de Leni Saviscki, Editora do Conhecimento. É um
livro de Umbanda, com estórias de Pretos Velhos que fala de desdobramento,
freqüência vibratória, corpo astral, mental e etérico, ressonância do passado –
uma das técnicas (regras) apométricas. Os Guias Espirituais trabalham muito com
apometria e muitos médiuns e consulentes infelizmente não o sabem, pois se
soubessem, entenderiam muito mais o que é o plano astral e o que é evoluir em
espírito consciente de seus atos, sabendo que a semeadura é livre e a colheita
obrigatória na caminhada do espírito entre as encarnações sucessivas. Esse
texto mostra também, que nem tudo é demanda e que em toda a Ação tem uma
Reação, a famosa Lei do Retorno tão conhecida mas pouco entendida pois somos
herdeiros de nosso passado e responsáveis pelo nosso futuro.
Ressonância
do passado
Aconselhada por seu terapeuta, dona Augusta buscava ajuda espiritual.
Muito deprimida e com insônia crônica, apresentava idéia suicida. De crença
católica, visitava constantemente o túmulo de seus pais, a quem havia amparado
até o final da vida terrena.Em suas últimas visitas ao túmulo dos entes
queridos, havia passado mal, sentindo tonturas e uma sensação de vazio na
cabeça, além de uma angústia muito grande.
O atendimento de dona Augusta foi encaminhado ao grupo de apometria*, e,
com a ajuda dos guias da Umbanda, seriam buscadas as desarmonias existentes nos
planos etéreo, astral e mental, além de socorro aos possíveis obsessores. Assim
que se abriu sua freqüência vibratória, de imediato manifestou-se pai Benedito,
um preto velho que auxilia o grupo na busca das ressonâncias do passado*.
- Esta filha está vibrando numa ressonância que se abriu a partir de
suas visitas ao campo santo, pela culpa que traz gravada em seu mental, de um
passado em que o poder e o mando lhe faziam acreditar ter direitos que não
possuía. Naquela vida, era um latifundiário de posses, porém de conduta
duvidosa. Para aumentar seu patrimônio, não media conseqüências. Certa vez
resolveu que queria comprar uma área de terra pertencente à Igreja que fazia
divisa com uma de suas fazendas. Recusadas todas as propostas, ameaçou os
padres de transformar o próprio cemitério em lavoura se eles não cedessem, e
assim o fez. Gargalhando, como um verdadeiro sádico, mandou sua gente arar o
campo santo, destruindo todos os túmulos como num verdadeiro filme de terror.
Depois juntou todas as ossadas e mandou jogar num precipício, fazendo alusão ao
inferno. Naquela encarnação morreu louco, obsediado pelos espíritos que ainda
se mantinham nas ossadas, além de ter absorvido, pela condição vibratória
baixa, toda a maldição dos sacerdotes e de todo o povo do local. O mesmo
espírito, hoje reencarnado como mulher, ao visitar o cemitério, sente culpa
quando entra em contato com o quadro mórbido que criou no passado, que passa a
vibrar no plano mental, trazendo ao físico as sensações de que se lamenta.
Soma-se a isso atração natural daquele bolsão* de espíritos que ainda vibram
etericamente, no precipício em que foram jogados, em condições de total
desordem mental, em busca de seus ossos, tentando remontar incessantemente o
próprio esqueleto. Em seu desdobramento, durante o sono físico, a filha, em
tratamento, é atraída até o local e entra na mesma faixa vibratória, trazendo
para o físico todo o desespero das entidades que lá estão culpando-a pelo
sofrimento que passam e que julgam ser uma “maldição eterna”. Por isso está
renitente em adormecer, daí a insônia.
Após a explanação de pai Benedito, a equipe mediúnica evocou, por meio
de pontos cantados, a vibratória de Ogum, para comandar uma expedição que se
faria, pelo desdobramento dos médiuns, até o bolsão localizado no astral
inferior. Com o prestimoso e insubstituível trabalho dos exus guardiões, dando
segurança ao grupo, aqueles espíritos dementados foram socorridos e
encaminhados às alas hospitalares do astral que davam sustentação aos trabalhos
da casa. Por meio do elemento do fogo, foi desmaterializado o local,
transmutando suas energias para evitar que continuasse exercendo atração
magnética negativa a todos os que ainda vibrassem na mesma faixa. Com a catarse
necessária, manifesta-se por intermédio de um médium toda a desordem existente
no corpo astral de dona Augusta, aliviando, assim, suas emoções desequilibradas
pela atuação da culpa. Enquanto era cantado um ponto, os pretos velhos, exímios
curadores e magistas, atuavam no corpo etéreo, desmagnetizando o aparelho
parasita* implantado em seu cérebro etéreo, para ativar as ressonâncias que a
atormentavam, ao mesmo tempo em que solicitavam aos exus de sua serventia uma
busca à entidade responsável pelo feito. Por tratar-se de um mago adestrado
nesse tipo de implante, com conhecimento do psiquismo humano, foi tentado, após
sua apreensão, um diálogo para seu próprio entendimento e possível mudança de
rumo em sua caminhada espiritual. Diante da renitência manifestada pelo deboche
de suas palavras, assim como também pelo negativismo de sua energia, cuja
presença e irradiação abalavam a equipe trabalhadora, foi retirado do ambiente
e encaminhado aos tribunais adequados, onde a justiça de Xangô seria exercida,
uma vez que ele extrapolara seu direito de atuação, contrariando a Lei.
Notas:
*Apometria: técnica que designa o desdobramento do corpo astral.
*Ressonância do passado: lembranças de vivência passada registrada na memória perene do ser (inconsciente) e que afloram na personalidade atual (consciente), determinando impulsos ou tendências.
*Bolsão de espíritos: local onde se mantêm aprisionados por sintonia vibratória espíritos sofredores de mesma condição mental.
*Aparelhos parasitas: engenhocas eletrônicas fabricadas e utilizadas por magos negros e seus comandados, que são acopladas nos corpos etéreo e astral dos encarnados, com finalidade de comando e desarmonia mental e emocional.
FONTE: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=131:os-guias-e-a-apometria&catid=34:artigos&Itemid=54
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