Ramatís e Kardec
Muitas foram as
encarnações de Ramatís, ele próprio afirma. No continente da pequena Atlântida,
desaparecida por volta de 8.000/10.000 a . C. aproximadamente, foi
contemporâneo do espírito que mais tarde se tornaria conhecido como Allan
Kardec e, na época, era profundamente dedicado à matemática e as chamadas
ciências positivas. Posteriormente, em sua passagem pelo Egito, no templo do
Faraó Tutmés IV, teve novo encontro com Kardec, que reencarnou como o sacerdote
Amenófis, que substituiu o culto a Ámon pela religião de Áton, monoteísta e
universalista. No século XIX, Kardec reencarnaria na França com a árdua tarefa
de estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, abrindo novas
perspectivas para o homem pela interpretação aos diversos aspectos da vida, sob
o prisma das Leis Divinas, da existência e sobrevivência do espírito e sua
evolução natural e permanente, através de sucessivas encarnações.
Ramatís vem causando
controvérsias entre espíritas por não ser uma entidade exclusivamente devotada
aos princípios da doutrina de Kardec, mas sim, uma alma liberta de sectarismos
cujos ensinamentos são de cunho universalista. O instrutor espiritual Ramatís,
embora não se situe na área codificada por Kardec, afirma que esta doutrina é o
mais eficiente caminho de ascensão espiritual para a mente Ocidental. Porém,
nem todos os instrutores deverão pregar sob um mesmo e exclusivo aspecto,
espírita, ou isoladamente em outra nobre instituição, porquanto esse
exclusivismo de modo algum ampliaria as idéias, cerceando o progresso.
Ramatís esclarece: é de
senso comum que o mediunismo difere muito do espiritismo; o primeiro é uma
faculdade independente das doutrinas e ou das religiões; o segundo, doutrina
codificada por Kardec, se constitui num conjunto de leis morais que disciplina
as relações desse mediunismo entre o plano visível e o plano invisível.
Constituindo uma lei da natureza, os fenômenos estudados pelo espiritismo hão
de ter existido desde a origem dos tempos e em todas as épocas da humanidade,
são mencionados e reconhecidos, qualquer que seja cultura. Os fenômenos
mediúnicos ocorriam muito antes do advento da Doutrina Espírita e podem suceder
independentemente de sua existência.
Para aqueles que afirmam
que as mensagens de Ramatís podem provocar dissociação no seio do espiritismo,
o instrutor espiritual responde que o espírito humano é dotado de razão e de
sentimento; quando a razão não está suficientemente desenvolvida para
protegê-lo, pelo menos que seja amparado pela "Fé que remove
montanhas". Esse temor desaparece perante aqueles que estão plenamente
convictos e integrados nos consagrados postulados espíritas. Só uma fé viva,
continua forte, sustenta qualquer ideal, caso contrário, a debilidade da
convicção de alguns adeptos tornará o espiritismo desamparado não só diante das
mensagens de Ramatís quanto diante de todas as demais Comunicações.
Embora polêmicos, os
ensinamentos deste grande espírito despertam e elevam muitas criaturas
dispostas a evoluir. Ramatís fala corajosamente sobre seres e orbes
extraterrestres, mediunismo, vegetarianismo, sensibilizando aqueles que possuem
características universalistas. Muitas vezes, suas mensagens são classificadas
como fantasiosas, porém, sob a aparente fantasia, efetua um convite para o
reino amoroso de Jesus. Com bases nas diretrizes morais deixadas pelo Mestre,
são ofertas de boa vontade, para cada um que as assimile colocar em prática de
acordo com a sua evolução espiritual.
Para Ramatís, o Cristo é
um estado pleno de amor e de associação divina; a verdade crística não pode ser
segregada por ninguém; é um estado permanente de procura e de ansiedade
espiritual, bem distante dos rótulos doutrinários. Deve-se evitar a
exclusividade, que contraria o dinamismo da vida espiritual, mas acima de tudo,
cumprir a universalidade do Cristo, pois nunca se pode pregar a união
"Amai-vos uns aos outros" sob a exclusividade religiosa. A doutrina
"mais eficiente" é opinião humana com a qual pode discordar a opinião
crística. A doutrina mais eficiente é, ainda, o amor pregado por Jesus, doutrina
que não possui postulados.
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