domingo, 15 de dezembro de 2013

MEDITAÇÃO


O poder da meditação

A técnica ganha espaço em instituições renomadas e prova ser eficaz contra um leque cada vez maior de doenças. Entre elas, a depressão, males cardíacos e até Aids

Cilene Pereira e Maíra Magro
Ela chegou ao Ocidente como mais um item da lista de atrações exóticas do Oriente. Hoje, está se transformando em um dos mais respeitados recursos terapêuticos usados pela medicina que conhecemos. Está se falando aqui da meditação, uma prática milenar cujo principal objetivo é limpar a mente dos milhares de pensamentos desnecessários que por ela passam a cada minuto, ajudando o indivíduo a se concentrar no momento presente. É por essa razão que um de seus benefícios é o de ajudar as pessoas a lidar com sentimentos como a ansiedade. Mas o que se tem visto, de acordo com as numerosas pesquisas científicas a respeito da técnica, é que a meditação se firma cada vez mais como uma espécie de remédio – acessível e sem efeitos colaterais – indicado para um leque já amplo de enfermidades: da depressão ao controle da dor, da artrite reumatoide aos efeitos colaterais do câncer.

A inclusão da prática no rol de tratamentos da medicina ocidental é um fenômeno mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, ela figura entre as opções de centros renomados como o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, um dos centros de referência do planeta no tratamento da doença. Também está disponível na Clínica Mayo, outro respeitado serviço de saúde. No Brasil, o método começa a ganhar espaço, boa parte dele assegurado pela Política de Práticas Integrativas e Complementares do SUS, implementada em 2006 pelo Ministério da Saúde. Ela incentiva o uso, pela rede pública, de uma série de práticas não convencionais – como a medicina tradicional chinesa, a acupuntura e a fitoterapia – para auxiliar no processo de cura. “Nessas diretrizes, a meditação está prevista como parte integrante da medicina chinesa”, explica a médica sanitarista Carmem De Simoni, coordenadora do programa.

Em Campinas, no interior de São Paulo, 20 postos de saúde oferecem treinamentos de meditação gratuitos à população. Em São Carlos, também no interior paulista, alguns postos públicos de atendimento começarão a ofertar este ano sessões usando uma técnica conhecida como atenção plena (Mindfulness-Based Stress Reduction, ou MBSR, em inglês), desenvolvida pelo Centro Médico da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. É baseada em exercícios de respiração e consciência corporal que ajudam o indivíduo a focar as percepções no momento presente. “Queremos incluir a prática em 30 unidades de saúde”, diz Marcelo Demarzo, chefe do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos.

Outra experiência interessante no Brasil é o uso do método em escolas da rede estadual do ensino médio do Rio de Janeiro. Trata-se de uma iniciativa da Fundação David Lynch, criada pelo cineasta americano, com o objetivo de reduzir a violência nos colégios por meio da prática. Um projeto piloto com cerca de 750 crianças e adolescentes de 10 a 18 anos mostrou que ela contribui para o aumento da concentração e da criatividade. “Muitas relataram ainda benefícios como redução de crises de dor de cabeça”, diz Joan Roura, representante da entidade no Brasil.

O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, decidiu oferecer a prática tanto para pacientes quanto para funcionários, depois de testá-la por dois anos no setor de oncologia. “Nos pacientes em tratamento contra o câncer, notamos uma diminuição na ansiedade e maior disposição para enfrentar a doença”, afirma o médico Paulo de Tarso Lima. Ele é responsável pelo serviço de medicina integrativa no hospital, que promove a adoção de terapias complementares – entre elas, a meditação – para auxiliar no tratamento convencional.

O movimento que se observa atualmente com a meditação é o mesmo experimentado pela acupuntura cerca de dez anos atrás. Da mesma forma que o método das agulhas, ela conquista o respeito da medicina tradicional porque tem passado nas provas de eficácia realizadas de acordo com a ciência ocidental. Isso quer dizer que, aos olhos dos pesquisadores, foi despida de qualquer caráter esotérico, mostrando-se, ao contrário, um recurso possível a todos – ninguém precisa ser guru indiano para praticá-lo – e de fato capaz de promover no organismo mudanças fisiológicas importantes.

A profusão de pesquisas que apontam algumas dessas alterações é grande. Os resultados mais impressionantes vêm dos estudos que se propõem a investigar seus efeitos no cérebro. Um exemplo é o trabalho realizado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica “NeuroImage”. Após compararem o cérebro de 22 meditadores com o de 22 pessoas que nunca meditaram, eles descobriram que os praticantes possuem algumas estruturas cerebrais maiores do que as dos não praticantes. Especificamente, hipocampo, tálamo e córtex orbitofrontal. As duas primeiras estão envolvidas no processamento das emoções. E a terceira região, no raciocínio. “Sabemos que as pessoas que meditam têm uma habilidade singular para cultivar emoções positivas”, disse à ISTOÉ Eileen Luders, do Laboratório de Neuroimagem da universidade. “As diferenças observadas na anatomia cerebral desses indivíduos nos deram uma pista da razão desse fenômeno.”

Na publicação “Psychological Science”, há outro trabalho interessante. Pesquisadores da Universidade George Mason constataram que a prática proporciona uma melhora significativa na memória visual. Normalmente, uma imagem é armazenada integralmente no cérebro por pouquíssimo tempo. Mas o estudo verificou que monges, habituados a meditar todos os dias, conseguem guardá-las – com riqueza de detalhes – até 30 minutos depois de praticar. “Isso significa que a meditação melhora muito este tipo de memória, mesmo após um certo período”, disse à ISTOÉ Maria Kozhenikov, autora do experimento. Essa habilidade transforma a técnica em um potencial instrumento para complementar o tratamento de doenças que prejudiquem a memória, como o mal de Alzheimer.

No Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein, aqui no Brasil, pela técnica de ressonância magnética foram fotografados os cérebros de 100 voluntários, antes e depois de um retiro de uma semana para práticas diárias. “Na análise de uma primeira amostra, observamos que as áreas ligadas à atenção, como o córtex pré-frontal e o cíngulo anterior, ficaram mais ativadas após o treinamento”, afirma a bióloga Elisa Kozasa, responsável pela pesquisa. As regiões cerebrais eram observadas enquanto os voluntários realizavam testes para medir o quanto estavam atentos. “Houve uma tendência de maior número de acertos e mais velocidade nas respostas após a meditação”, explica a pesquisadora Elisa.

Na área da oncologia, há várias evidências científicas de eficácia. Tome-se como exemplo o estudo feito na Universidade de Brasília pelo psiquiatra Juarez Iório Castellar. Ele investiga os efeitos do método em 80 pacientes com histórico de câncer de mama. Castellar pediu às participantes que preenchessem questionários para medir a qualidade de vida. Por meio da coleta de amostras de sangue e saliva antes e depois dos exercícios meditativos, ele também está acompanhando variações hormonais que indicam a situação da doença. “Um dos dados que já verificamos é que a meditação reduziu os efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas, vômitos, insônia e inapetência”, afirma.

Outra frente de pesquisas tenta decifrar seu impacto nas doenças mentais. Novamente, as conclusões são bem animadoras. Na Universidade de Exeter, na Inglaterra, o pesquisador Willem Kuyken verificou que o método é uma opção concreta para auxiliar no controle da depressão a longo prazo. Depois de 15 meses comparando a evolução de pacientes que meditavam e tomavam remédios com a apresentada por aqueles que apenas usavam os antidepressivos, o cientista constatou que crises mais sérias ocorreram em 47% dos meditadores, enquanto entre os outros o índice foi de 60%. Na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, a técnica provou-se uma aliada no tratamento de crianças com transtorno de hiperatividade e déficit de atenção. “Houve redução de 50% dos sintomas após três meses de prática”, disse à ISTOÉ Sarina Grosswald, coordenadora da pesquisa. Há ainda evidências de benefícios na luta contra transtornos alimentares como bulimia e dependência de drogas. “A meditação relaxa os dependentes e os torna mais fortes para resistir à vontade de consumir drogas”, explicou à ISTOÉ Elias Dakwar, do Instituto de Psiquiatria do Columbia-Presbyterian Medical Center, em Nova York, instituição que passou a usar o método recentemente.

O segredo que possibilita efeitos dessa magnitude nestes tipos de patologias é o fato de a meditação ensinar o indivíduo a viver o presente, sem antecipar medos e sofrimentos. “E como o ato de pensar é ‘desligado’, a mente transcende seu estado ocupado e experimenta um profundo silêncio”, explica Sarina Grosswald. “O corpo, por sua vez, fica totalmente relaxado.” É este o mecanismo que também explica parte do seu poder contra a dor. “O método ajuda os pacientes a perceberem a dor e a deixá-la ir embora, sem se prender a ela”, disse à ISTOÉ Paula Goolkasian, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Ela faz parte de uma equipe que estuda intensamente a relação entre dor e meditação e é autora de alguns artigos científicos a respeito do tema.

Permeando todos esses processos, porém, está a redução do stress proporcionada pelo método – e os benefícios advindos disso. O controle da tensão implica mudanças importantes na química cerebral, entre elas a diminuição da produção do cortisol. Liberado em situações de stress, o hormônio tem consequências danosas. Uma delas é a elevação da pressão arterial. Portanto, quanto menor sua concentração, mais baixas são as chances de hipertensão. E como a meditação diminui o stress, acaba reduzindo, indiretamente, a pressão. Este mecanismo explica por que a técnica contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral, causadas, entre outras coisas, por uma pressão arterial acima dos níveis recomendados. Um estudo recente realizado na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, deu uma ideia desse potencial. Durante nove anos, os cientistas acompanharam 201 homens e mulheres com média de 59 anos de idade. Parte foi orientada a meditar todos os dias e o restante recebeu recomendação para mudar hábitos. Os meditadores tiveram 47% menos chance de morrer de um problema cardiovascular em comparação com os outros. Com base nesse resultado, o coordenador da pesquisa, Robert Schneider, considera que a descoberta equivale ao encontro de uma nova classe de “remédios” para evitar essas enfermidades. “Nesse caso, a medicação é derivada dos próprios mecanismos de cura do corpo e de sua farmácia interna”, disse à ISTOÉ.

A ciência registrou ainda mais um impacto positivo da redução do stress promovida pelo método: o auxílio contra a Aids. A doença caracteriza-se pelo ataque do vírus HIV aos linfócitos CD-4 (células que integram o sistema de defesa do corpo). Por causa disso, o corpo fica mais vulnerável a infecções, podendo sucumbir a elas. Mas é sabido que outro inimigo dos exércitos de defesa é o stress: o hormônio cortisol enfraquece seu funcionamento. Por isso, diminuir a tensão é uma maneira de evitar que isso aconteça. Na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, os cientistas testaram a força da meditação para controlar o stress em pacientes com Aids e constataram que, também aqui, ela funciona. Eles selecionaram 48 pessoas soropositivas, divididas em dois grupos: um meditou e o outro, não. Após oito semanas, os que a praticaram não apresentavam perda de CD-4, ao contrário dos outros participantes. Isso revela que a meditação reduziu o stress. Dessa maneira, contribuiu para preservar o sistema imunológico dos pacientes, ajudando a retardar o avanço do HIV.

Uma das mais intrigantes abordagens de pesquisa é a que estuda a relação entre o método e o envelhecimento precoce. Os pesquisadores começaram a fazer essa associação a partir da certeza do vínculo entre o stress – ele de novo – e a ocorrência de uma deterioração celular acentuada. Partindo desse raciocínio, eles querem saber se a meditação também teria efeito indireto nesse mecanismo, já que atua sobre o stress. Cientistas da Universidade da Califórnia estão investigando se a redução do stress causada pela meditação poderia provocar um efeito benéfico sobre os telômeros – espécie de capa protetora das extremidades dos cromossomos cujo comprimento está associado ao grau de envelhecimento celular. Quanto mais comprido, menor o índice de desgaste. E um dos fatores de desgaste dos telômeros é o stress. Portanto, quanto menos stress, mais preservadas essas estruturas.

No Brasil, o interesse por esse tema, especificamente, também cresce. O médico José Antônio Esper Curiati, do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, coordena grupos de meditação para idosos. “Estou medindo os efeitos da prática em aspectos como memória, humor e qualidade do sono”, diz. No Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo, o médico Fernando Bignardi é outro que acompanha os reflexos em indivíduos na terceira idade. “O que notamos de mais imediato é uma mudança na condição emocional”, relata. “Depois há uma melhora no sono, nas condições metabólicas e, finalmente, alterações clínicas que levam à melhora de doenças como hipertensão e diabetes.”

A experiência bem-sucedida incentivou Bignardi a desenvolver uma pesquisa mais ampla. A instituição acompanha a saúde de 1,5 mil idosos para verificar a relação entre estilo de vida, personalidade, cognição e doenças. A intenção agora é analisar como a prática meditativa interfere nessa equação – inclusive na incidência de doenças neurodegenerativas como o mal de Alzheimer. A médica Edith Horibe, presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento, já indica a meditação para seus pacientes. “Sem dúvida, ela permite uma vida mais longa e com saúde”, afirma. “E a técnica não exige mudanças no estilo de vida”, completa Kleber Tani, diretor da seção carioca da Sociedade Internacional de Meditação.

Matéria publicada na Revista ISTOÉ, em 19 de fevereiro de 2010

ECTOPLASMA



Ectoplasma

(Mediunidade de efeitos físicos)
Jorge Ândrea
Resumo: - Este pequeno ensaio sobre Ectoplasmia faz referências iniciais sobre o significado do título e os pesquisadores que contribuíram na elucidação do processo. Procura mostrar o que é ectoplasma e o resultado de algumas análises realizadas. Apresenta o conceito bioquímico que pode responder pelo processo, onde o ATP, elemento bastante difundido no metabolismo celular e resultante do ciclo de Krebs, seria uma das unidades chaves na formação da substância ectoplásmica.
Na moldagem de objetos ou seres humanos, com propósitos bem definidos, terá de existir o campo de energias responsável pela congregação e orientação das moléculas do ectoplasma, traduzido num verdadeiro campo-organizador, consciente e inteligente pelo que demonstra, representando o agente Psi-Theta (Espírito) ou campo espiritual.
A ectoplasmia, conhecida de modo mais popular como fenômeno de materialização, pelos estudos realizados e experiências criteriosas há um século aproximadamente, ainda em despertando o mais expressivo interesse da área cientifica. Foi Charles Richet quem utilizou a denominação diante das pesquisas realizadas em sua época.
A Parapsicologia, com os conhecimentos dos dias atuais, tem por obrigação fazer a abordagem da temática, no capítulo dos fenômenos Psi-Theta. Devido à existência de inúmeros fatos a ectoplasmia não pode ser relegada ao desconhecimento ou mesmo falta de interesse como desejam algumas posições sectaristas.
A ciência avalia os fenômenos de ectoplasmia com desconfiança. Como todo fenômenos Psi-Theta, não pode ser controlado de acordo com as diretrizes e vontade do pesquisador. Essa fenomenologia, em que os agentes Psi-Theta (Espíritos) participam, é quase sempre fugaz, de difícil abordagem e controle, pela presença de inúmeros fatores que se desenvolvem em dimensão diversa daquela que a metodologia cientifica pode avaliar e controlar.

Laboram nestes fatos inúmeros pesquisadores dos quais lembramos: Albert Coste em 1895;Alexandre Aksakof em 1895; Paul Gibier em 1898;Williams Crookes em 1899 e 1923;Gabriel Delanne em 1909 e 1911 e muitos outros.

Os autores são categóricos em afirmar a inconteste existência dessa mecânica, onde dois elementos entram, indiscutivelmente, no processo: o ectoplasma e o agente orientador para que a moldagem se observe. De um lado, a matéria ectoplásmica, fugaz e vaporosa e, do outro, o campo organizador da forma ( campo espiritual) às expensas do qual o ectoplasma se distribui em adequada moldagem.
Ektós ( do grego) - por fora; plasseinforma. O vocábulo ectoplasmia passa a definir, com mais precisão do que o termo materialização, a formação de objetos e pessoas, em ambiente apropriado, às expensas da substância especifica doada pelos sensíveis ou médiuns (ectoplasma).Devemos fazer diferença do termo ectoplasma empregado em biologia para designar a região mais externa do protoplasma celular, do significado parapsicológico do presente escrito.

O ectoplasma é substância amorfa, vaporosa, com tendência a solidificação pela evolução do fenômeno, tomando forma por influencia de um campo-organizador especifico. Facilmente fotografado; de cor branco acinzentado; vai desde a névoa transparente à forma tangível; de aspecto semelhante aos tecidos vivos oferecendo sensação de viscosidade e frieza.

O ectoplasma foi analisado por vários pesquisadores dos quais destacamos as seguintes conclusões:

Dr.V. Dombrowsky (Varsóvia) - "O ectoplasma está constituído de matéria albuminóide, acompanhado de gordura e de células tipicamente orgânicas. Não foram encontrados amiláceos e açúcares". 

Dr. Francês ( Munich) - "Substância constituída de inúmeras células epiteliais, leucócitos e glóbulos de gordura". 

Dr. Albert Scherenk-Notzing citado por Charles Richet - "O ectoplasma está constituído por restos de tecido epitelial e gorduras". 

Dr. Hernani G. Andrade - "O ectoplasma é Substância formada com recursos da natureza originando-se dos tecidos vegetais (ectofiloplasma) e de origem animal (ectozooplasma) e de origem mineral (ectomineroplasma)". 

Muitos autores que analisaram a substância encontram células anucleadas em sua constituição. O ectoplasma seria substância originária no protoplasma das usinas celulares, onde o ATP( trifosfato de adenosina) teria expressiva participação, ao lado de outros elementos. Dessa forma, não podemos deixar de considerar a importância do fósforo nas atividades bioquímicas orgânicas e, consequentemente, no desenvolvimento do processo ectoplásmico em suas especificas dosagens. No dizer do professor Aldemar Brasil: " Em síntese, o ATP, que eqüivale por cada ligação piro-fosfática desgarrada de sua molécula, a mais ou menos 7.500 kcal, é a unidade usada em biologia para expressar a transferência de energia oriunda do ciclo de Krebs, e de outras fontes. No ciclo de Krebs, também denominado de ciclo dos ácidos tri-carboxílicos, a energia é libertada pela transferência de elétrons para a cadeia respiratória, provindos de substratos em que o hidrogênio é ativado, desgarrado e transportado com seu elétron até o oxigênio, também ativado ao receber esses elétrons, formando-se, então, a água. Para tanto, no ciclo de Krebs há processos de descarbolização, desidrogenação, etc., operados por enzimas especificas ativadas por coenzimas determinadas".

Qual o mecanismo criativo do ectoplasma na organização do agente doador (sensível ou médium)?Claro que seria uma condensação energética apropriada transformando-se em matéria. A informação de André Luíz, em "Mecanismos da Mediunidade", é bastante lógica e sensata: "O ectoplasma resulta de um processo de desagregação molecular formado por forças desconhecidas, ao mesmo tempo que o fenômeno fica sob controle de campos de forças organizadoras capazes de reagrupar as moléculas segundo um modelo determinado. "O fenômeno de ectoplasmia, é preciso que se diga, é fenômeno de plasmagem e não de criação de matéria. A plasmagem se dará às expensas da substância (energia) fornecida pelo médium que, a pouco e pouco, atingirá o processo de condensação, voltando à sua fonte por mecanismo inverso. Temos como certo, também, que o ectoplasma é substância que, além de fornecida pela organização humana (médium), será plenamente enriquecida (completada) com outros elementos da natureza provindos dos vegetais e de outras matérias orgânicas, de origem animal, numa especifica arregimentação.

Os chamados processos de ectoplasmia investem complexa mecânica, de difícil avaliação pelos atuais métodos que a ciência pode oferecer. Para que o fenômeno se observe e seja bem equacionado, haverá necessidade de lembrarmos o conceito de Claude Bernard de que na usina celular opera-se a totalidade dos fenômenos vitais, muitos dos quais transcendem a avaliação pelos nossos sentidos. A maioria desses fenômenos bioquímicos, mormente da esfera da ectoplasmia, estariam ligados aos compostos fosforados e suas correlações com as enzimas e hormônios.

No núcleo celular existiriam fontes especificas de energia, ligadas ao ADN e ARN (ácido desoxirribonucleico e ribonucleico), a comandarem os processos metabólicos mais expressivos no soalho protoplasmático. O elemento participante ativo desse processo de formação de energias no corpo celular seria o ATP ( trifosfato de adenosina), resultante do ciclo de Krebs.O ATP, sendo a primordial fonte de energia nos processos celulares, estaria comprometido na formação do ectoplasma. Esse processo de doação do ATP traduziria uma "qualidade especifica" do médium na manifestação da fenomenologia paranormal de efeitos físicos. Haveria, neste caso, por intermédio das organizações celulares, uma maior irradiação dessas energias, que se tornariam mais expressivas nas reuniões destinadas a esse tipo de trabalho. Isto mostraria a influência dos participantes da equipe (encarnados e desencarnados) concorrendo no maior fornecimento da substância ectoplasmática por parte dos que apresentam essa possibilidade. Quando a quantidade de substância irradiativa fosse bem expressiva, já fora da fonte de origem, poderia mostrar-se sob forma gasosa visível (nuvem), por um processo de condensação, constituindo material especializado e com possibilidades de aproveitamento nos mecanismos em pauta.

No denominado passe energético, muito utilizado nas casas espíritas sob forma de fluidoterapia, acreditamos que esses elementos de irradiação, devidamente elaborados pelo psiquismo, carregam em seu bojo quase que especificamente energias originárias no ATP da usina celular. Ainda mais, este material de doação energética, passando à dimensão física por condensação, poderá ser aproveitado pelas Entidades Espirituais na vestidura de seus campos de forças nos trabalhos especializados da ectoplasmia.

Assim, essa substância, o ATP, deverá fazer parte do ectoplasma e, na medida que o processo se desenvolve por condensação, vai oferecendo as naturais modificações químicas pela queima da molécula fosfórica que permitirá a ectoplasmia luminosa; por tudo, podemos avaliar a importância do fósforo, em suas múltiplas combinações, no mecanismo da ectoplasmia.

Esclarecemos que o processo da ectoplasmia revelando o aparecimento de um ser humano (Espírito envolto no ectoplasma) não representa exclusivamente a vestidura com ATP. Haveria, na massa ectoplásmica, em sua constituição, pelo alto teor de energias que carrega consigo, outros elementos orgânicos das próprias células ou mesmo substâncias arrecadadas na Natureza, em especificas reações químicas, às expensas de equipes espirituais que participem do processo.

Chepelle, descobriu que o mecanismo de emissão de luz dos pirilampos (vagalumes) estaria ligado a uma enzima, a luciferase, quando oxidada pela luciferina. Neste mecanismo não haveria participação ativa do ATP celular? Não existiria, neste processo, uma correlação, pelas reações afins, de doação de energias embora em degrau bioquímico diverso, com a mecânica da ectoplasmia?

Na ectoplasmia a bioquímica seria mais avançada e onde deverá existir uma participação toda especial das camadas profundas do psiquismo do doador, sem que a vontade e o raciocínio da zona superficial ou consciente possam interferir. Isto não quer dizer que a zona do inconsciente ou espiritual do doador ou médium seja a responsável pelo processo ectoplásmico, mas uma zona orientadora dos mecanismos psicológicos e parapsicológicos. Só haverá ectoplasmia de um ser humano quando o campo inteligente do agente Psi-Theta, ou campo espiritual, comandar o processo. O inconsciente ou psiquismo de profundidade do médium dirige o seu próprio metabolismo e quimismo, mas, nunca a moldagem externa do objeto. A substância ectoplásmica, ao definir a morfologia humana, terá que sofrer a influência orientadora dos vórtices inteligentes do agente modelador que, de acordo com a necessidade e possibilidade, traduzirá o processo de modo parcial ou total, a fim de atingir a sua finalidade.
As variedades de ectoplasmia são inúmeras e com tonalidades especificas. Existem moldagens tão marcantes da parte do doador (médium), que o campo modelador não consegue efetivar com precisão as suas próprias características, mostrando semelhança com o corpo do médium; é como se o médium reforçasse o mecanismo com substância pré-moldada, isto é, o seu corpo astral (matéria orgânica especifica irradiante) fosse projetado na massa ectoplásmica em processamento. Isto tem criado muita celeuma quanto à validade do processo. Aqui não cabe a discussão do problema.
Além das variedades parciais ou totais, a ectoplasmia poderá ser opaca ou luminosa. Neste último caso, pela iluminação da forma em exposição, devido à queima do fósforo, será apreciado, com detalhes, pela nossa visão, a aparição. Sabemos que os processos da ectoplasmia, em sua maioria, necessitam da ausência de luz branca para a sua realização; esta como que desorganiza o processo, o que não acontece com a faixa luminosa do vermelho, até recomendado nas câmaras de ectoplasmia.
Concluindo: a ectoplasmia encontraria no ATP das células uma das substâncias especificas para as próprias moldagens. E, estas, só seriam possíveis com a presença do campo-organizador-orientador do agente Psi-Theta ou Campo Espiritual.
Revista Presença Espirita, nov. de 1980.

FONTE: http://www.redeamigoespirita.com.br/group/temas-espiritas/forum/topics/ectoplasma

 

FLUIDOS

Os Fluidos

Projeto Reler

“... e quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Deus dá o corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes, o seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra a dos animais, outra a das aves, outra a dos peixes. Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais e outra, a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra a glória da lua, outra a das estrelas; porque até entre as estrelas há diferenças de esplendor” - (I Coríntios, cap. 15 - 37 a 41).

CONSIDERAÇÕES
Um dos grandes mistérios que a Ciência humana procura esclarecer é o da existência de uma matéria básica universal, capaz de servir como ponto de partida para a origem dos elementos físicos conhecidos. Embora pesquisadores em todo o mundo tenham se empenhado no estudo da estrutura íntima dos átomos, ainda não se conseguiu encontrar esse elemento básico primitivo. Acredita-se que o Universo, em seu lado material, tenha uma idade calculada aproximadamente entre 9 e 16 bilhões de anos. Estudos modernos afirmam que no princípio todos os elementos materiais estavam reunidos num só “ponto”, sob uma pressão incalculável. Num dado momento, esse ponto teria explodido, dispersando matéria pelo espaço, dando origem às nebulosas, aos sistemas estelares, aos planetas e aos astros. O Universo, de acordo com a física moderna, continua a se expandir e não se sabe até quando continuará neste processo. A Ciência entende que, encontrando o elemento material primitivo, estaria frente à solução de muitos mistérios sobre a origem das coisas. No século XIX, quando começaram as manifestações dos Espíritos, eles revelaram uma teoria onde explicavam de forma racional a origem das coisas materiais e espirituais. Diziam que havia por toda a Criação um elemento primitivo etéreo, denominado “fluido universal”, e que todos os elementos materiais conhecidos seriam formas modificadas deste fluido. Alguns cientistas no passado pesquisaram a matéria básica, também denominada “éter”, mas não conseguiram convencer os meios científicos de sua existência. A Ciência não podia compreender a presença, no espaço, de uma matéria tão sutil que não fosse detectada pelos instrumentos existentes. O Espiritismo, através dos fenômenos de efeitos físicos, demonstrou a existência do fluido universal, base de todos os elementos materiais.

FLUIDO UNIVERSAL
O fluido universal é a matéria básica fundamental de todo o Universo material e espiritual, a matéria elementar primitiva. É altamente influenciável pelo pensamento (que é uma forma de energia), podendo se modificar, assumir formas e propriedades particulares. A ação do Pensamento Divino sobre o fluido universal deu origem às nebulosas, aos sistemas estelares, aos planetas e astros. É nessa matéria fluídica que o Criador executa o plano existencial. O fluido universal preenche todo o espaço existente entre os mundos. Por meio dele viajam as ondas do pensamento, do mesmo modo que as ondas sonoras se projetam na camada atmosférica.

Em torno dos planetas, o fluido universal apresenta-se modificado. A presença da vida no orbe impõe-lhe características especiais, pois que é alterado pela atividade mental dos habitantes. Assim, nos mundos mais primitivos, o fluido universal que os circunda apresenta-se escuro e pesado. Nos mundos mais civilizados, a atmosfera espiritual é mais leve e luminosa. Para melhor compreensão, pode-se dizer que esse princípio elementar tem dois estados distintos: o da imponderabilidade ou de eterização (estado normal primitivo), e o de ponderabilidade ou de materialização. Ao primeiro estado pertencem os fenômenos do mundo invisível e ao segundo os do mundo visível. Logicamente entre os dois pontos existem inúmeras formas intermediárias de transformação do fluido em matéria tangível. No estudo deste importante assunto poderemos entender a origem de muitas afeções do ser humano e os fundamentos da fluidoterapia, largamente empregada nos centros espíritas, na profilaxia e tratamento das enfermidades físicas e espirituais.

“No estado de eterizarão, o fluido universal não é uniforme; sem cessar de ser etéreo, passa por modificações tão variadas em seu gênero, e mais numerosas talvez, do que no estado de matéria tangível. Tais modificações constituem fluidos distintos que, se bem sejam procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais, e dão lugar aos fenômenos particulares do mundo invisível. Uma vez que tudo é relativo, esses fluidos têm para os Espíritos, que em si mesmo são fluídicos, uma aparência material quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados, e são para eles o que para nós são as substâncias do mundo terrestre; eles as elaboram, as combinam para produzir efeitos determinados como o fazem os homens com seus materiais, embora usando processos diferentes” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 3).

FLUIDO VITAL
Os Espíritos afirmam que uma das modificações mais importantes do fluido universal é o fluido vital. Ele é o responsável pela força motriz que movimenta os corpos vivos. Sem ele, a matéria é inerte. Podemos dizer que ele é responsável pela animalização da matéria, pois, segundo os Espíritos, a vida é resultado da ação de um agente sobre a matéria. Esse agente é o fluido vital. É ele que dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam. A matéria sem ele não tem vida assim como ele sem a matéria não é vida. Quando os seres orgânicos perdem a vitalidade, por ocasião da morte, a matéria se decompõe formando novos corpos e o fluido vital volta à massa, ao todo universal, para novas combinações e utilizações no Universo. Cada ser tem uma quantidade de fluido vital, de acordo com suas necessidades. As variações dependem de um série de fatores. Allan Kardec nos instrui sobre o assunto em O Livro dos Espíritos, pergunta 70:

“A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos:

varia segundo as espécies e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que uns são mais ativos, mais enérgicos, e de certa maneira, de vida superabundante.

A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida, se não for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contêm.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos, e em certos casos fazer voltar uma vida prestes a extinguir-se”.

Estudando esses fundamentos à luz do Espiritismo, chegamos à compreensão de muitas coisas simples que nos pareciam complicadas e irreais, como por exemplo a citação de Moisés na Bíblia sobre a origem do homem. Diz ele: “ Deus formou o corpo do homem do limo da terra e lhe deu uma alma vivente à sua semelhança”. Ele estava certo, pois queria dizer que o corpo material era formado dos mesmos elementos que tinham servido para formar o pó da terra. A “alma vivente à sua semelhança” é o princípio inteligente ou espiritual retirado da essência divina, fazendo grande distinção entre o material e o espiritual.

O homem pode manter o equilíbrio de sua saúde vital através da alimentação, da respiração de ar não poluído e, acima disso, mantendo uma conduta mental sadia. O Princípio vital é a lei que rege a existência do fluido vital.

ATMOSFERA FLUÍDICA
“Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).

Vimos que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais, modificando suas características básicas. Os pensamentos bons impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que causam conforto e sensação de bem estar às pessoas sob sua influência. Os pensamentos maus provocam alterações vibratórias contrárias às citadas acima. Os fluidos ficam escuros e sua ação provoca mal estar físico e psíquico.

Pode-se concluir assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos.

À atmosfera fluídica associam-se seres desencarnados com tendências morais e vibratórias semelhantes. Por esta razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa conduta, nas relações com a vida, seja a mais elevada possível. Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos, tem em volta de si uma atmosfera espiritual escura, da qual aproximam-se Espíritos doentios. A angústia, a tristeza e a desesperança aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus.

“A ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais tem conseqüências de importância direta e capital para os encarnados. Desde o instante em que tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).

À medida que cresce através do conhecimento, o homem percebe que suas mazelas, tanto físicas quanto espirituais, é diretamente proporcional ao seu grau evolutivo e que ele pode mudar esse estado de coisas, modificando-se moralmente. Aliando-se a boas companhias espirituais através de seus bons pensamentos, poderá estabelecer uma melhor atmosfera fluídica em torno de si e, consequentemente, do ambiente em que vive. Resumindo, todos somos responsáveis pelo estado de dificuldades morais que vive o planeta atualmente.

“Melhorando-se, a humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a não ser povoada senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral completamente outras que as hoje existentes” - (Allan Kardec - Revista Espírita, Maio, 1867).

O PERISPÍRITO
Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” - (Coríntios I, cap. 15, versículo 44). Sabe-se que a alma é revestida por um envoltório ou corpo fluídico, chamado perispírito, constituído das modificações do fluido universal. É, por assim dizer, uma condensação do fluido cósmico em redor do foco de inteligência ou alma, deduzindo-se daí que o corpo perispiritual e o corpo humano têm sua fonte no mesmo fluido, posto que sob dois estados diferentes. O perispírito, ou corpo astral, pode ser definido como um veículo intermediário entre o Espírito e a matéria. É o agente das sensações externas. Paulo de Tarso, na Bíblia, chamou-o corpo espiritual. O Espírito, quando encarnado, não age diretamente sobre os corpos materiais. Sua natureza abstrata não o permite. O perispírito é o laço que serve de elo entre ambos, pois, enquanto de um lado sofre a influência do pensamento, do outro exerce contato com a matéria. É o perispírito quem transmite as ordens conscientes e inconscientes do Espírito para a atuação do corpo físico. No sentido contrário, o corpo astral leva as sensações captadas pelo corpo físico à apreciação da alma. a) Constituição do perispírito O corpo espiritual é de natureza semimaterial, constituído de uma modificação do fluido universal do orbe onde o Espírito está encarnado. A estrutura do perispírito varia de mundo para mundo. Quanto mais evoluído é o planeta, mais sutil é o corpo fluídico dos que nele vivem. O perispírito modifica-se de acordo com a evolução do Espírito. Isso se dá por causa da influência do pensamento da entidade, na estrutura molecular do corpo espiritual. Diz Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, pergunta 182: “À medida que o Espírito se purifica o corpo que o reveste aproxima-se igualmente da natureza espírita”.

O perispírito não é uma massa homogênea. Possui órgãos como o corpo físico e centros vitais, por onde são absorvidas as energias espirituais. Segundo as provas que certos Espíritos devem passar em suas encarnações, o corpo astral poderá exercer influência na formação do corpo carnal, dando origem a enfermidades ou anomalias orgânicas. O perispírito é altamente plasmável. Quando o Espírito está em liberdade, pode mudá-lo de forma pela ação da sua vontade. Esta propriedade explica as freqüentes referências às aparições de seres angelicais e demoníacos, narradas na história da humanidade.

As aparições de Espíritos são chamadas “materializações”. Nesses fenômenos, o que se vê é o perispírito da criatura manifesta e não o Espírito, como pensam alguns. b) Funções do perispírito Quando migra de um mundo para outro, o Espírito troca de perispírito como se trocasse de roupa, pois seu corpo espiritual é formado de uma variação do fluido universal, existente em torno do planeta onde encarna. O corpo fluídico reflete as experiências da entidade, mas não é a sede da memória. O perispírito registra as experiências vividas pela criatura e as envia ao “sensorium comune” do Espírito (que é o próprio Espírito), arquivo definitivo de todas as passagens da entidade pelo processo evolutivo. Sabe-se que os fluidos são o veículo do pensamento do Espírito e que este pode imprimir naqueles as características que lhe aprouver, com a força de sua vontade, exercendo sobre a matéria a ação resultante desta atuação. É através do perispírito que se dá essa ação na matéria. Funciona, portanto, como uma esponja que absorve do meio as emanações fluídicas boas ou más existentes nele. Deduz-se daí a origem de certos processos de enfermidades, como também compreende-se os mecanismos da cura através da fluidoterapia. O perispírito tem importante papel nos fenômenos psicológicos, fisiológicos e patológicos. Quando a Medicina humana der abertura aos conhecimentos da Ciência Espírita, ela abrirá novos horizontes para uma abordagem e um tratamento mais completos das moléstias orgânicas e psíquicas. O Espiritismo contribuirá com as técnicas de manipulação das energias para revitalizar o corpo astral e fornecerá elementos morais educativos, necessários ao equilíbrio definitivo do ser.

“O perispírito dos encarnados é de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, e por isso os assimila com facilidade, como a esponja se embebe de líquido. Esses fluidos têm sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e por sua irradiação, se confunde com eles” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 18).

PROJETO RELER - INFORMAÇÕES ESPÍRITAS E CULTURAIS 

REFORMA ÍNTIMA


Reforma Íntima

Paulo Antonio Ferreira

A vida não é uma coisa fácil de se viver. É algo muito complexo e difícil de ser transmitido por palavras, além de se constituir em uma imensidade de situações com uma infinidade de nuances.

Na falta de uma educação adequada na infância, feita por pais que já tenham atingido um grau de evolução incomum, a maioria de nós cresce sem entender a vida, sem compreender as razões que estão por trás das atitudes das pessoas e, pela ausência de referências sobre como devemos agir, sem capacidade de escolher a atitude correta para cada situação.

Na juventude a maioria passa por problemas de adaptação ao mundo, acabando por criar um sentimento de revolta contra os pais e contra a sociedade. Os colegas possuem os mesmos problemas e com eles os jovens podem se sentir à vontade, passando assim a servirem de modelos uns para os outros, aprendendo mecanismos de defesa mais fáceis de compreender como a ironia, a hostilidade e a violência. Procuram referências de comportamento na televisão, nos livros, nos filmes e nas notícias de jornais, embora esta não seja a melhor forma de aprender. Aos poucos começam a achar que seus pais sabem ainda menos do que eles, que estão atrasados em relação ao que se passa no mundo de hoje.

Ao enfrentarem mais tarde a competição no trabalho, pressionados pela profissão que abraçam, a tendência será de que, colocando então uma prioridade menor na compreensão da vida, muitos problemas existenciais acabem ficando sem solução. Ao se acomodarem terminarão como seus pais, sem condição de passar a seus filhos um entendimento maior da vida, e esse estado de coisas tende a se perpetuar por milênios.

Se a vida nos pressionar, poderemos precisar do auxílio de um profissional que nos orientará em seções de Análise. Porém a Psicologia poderá contribuir apenas com o conhecimento dos traumas e recalques não resolvidos de nossa presente existência. Modernamente alguns Psicólogos e Terapeutas já estão trabalhando com A Terapia de Vidas Passadas (TVP) onde os traumas ocorridos em outras vidas poderão ser trabalhados, trazidos para o consciente e eventualmente suplantados. Alguns porém não recomendam esse tratamento devido ao risco de encontrar pessoas não preparadas a realizá-lo corretamente.

O Espiritismo parece trazer a contribuição definitiva pela compreensão de como se processa a evolução espiritual através de sucessivas encarnações, trazendo respostas para todas as nossas questões existenciais. Fornece ainda métodos para a solução de muitos de nossos problemas, como por exemplo o Tratamento Mediúnico, a Apometria e a Reforma Íntima. Neste artigo vamos considerar apenas a Reforma Íntima, pois os outros dois métodos citados poderão ser conhecidos teoricamente na literatura espírita, sendo sua prática feita nos Centros Espíritas por médiuns devidamente treinados. Mesmo a Reforma Íntima necessita, para sua consolidação, de um estudo da Doutrina Espírita que será tanto mais efetivo quando realizado nos Centros Espíritas. Entretanto, sendo um conhecimento básico que será útil no dia a dia de todas as pessoas, e por exigir principalmente uma vontade firme de se regenerar, daremos aqui algumas noções deste procedimento.

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O QUE É
A Reforma Íntima é um processo contínuo de auto-análise, de conhecimento de nossa intimidade espiritual, libertando-nos de nossas imperfeições e permitindo-nos atingir o domínio de nós mesmos.

O QUE SE PODE TRANSFORMAR INTIMAMENTE
Podemos e devemos substituir nossos defeitos como, o Orgulho, a Inveja, o Ciúme, a Agressividade, o Egoísmo ou Personalismo, a Maledicência, e a Intolerância por virtudes, tais como a Humildade, a Resignação, a Sensatez, a Generosidade, a Afabilidade, a Tolerância e o Perdão.

QUANTO TEMPO?
Algumas pessoas que estão iniciando estes estudos imaginam que bastará a primeira leitura para ficarem livres de todos os seus defeitos. Ao verificarem na vida prática que não houve nenhuma mudança, desanimam e abandonam seu propósito inicial de se reformarem. Porisso devemos dizer, logo de início, que este estudo é para a vida toda. A leitura deste artigo e dos livros da referência permitirá a você conhecer o assunto, mas sua reforma total só virá depois que você começar a identificar estes defeitos em cada situação da vida e aprender aos poucos a prática das virtudes que irão substituí-los. Portanto, esta leitura é importantíssima pois com ela você começará a pensar no assunto. Continue estudando sempre e no futuro, quando a vida já tiver lhe ensinado bastante, você ainda verá que a cada dia, um dado defeito, considerado como vencido, retorna com nova roupagem em outra situação, surpreendendo-o.

COMO FAZER
O Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para a reforma. A melhor maneira de fazê-lo é pelo estudo de dois excelentes livros, o primeiro de Ney Prieto Peres1 da Editora Pensamento e o segundo um novo lançamento da Editora O Clarim, de Abel Glaser2, pelo Espírito Caibar Schutel. E, sem dúvida, o estudo da Doutrina Espírita e sua prática em Centros Espíritas, que seguem a Doutrina de Allan Kardec, será de fundamental importância para a realização dessa reforma.

Lembre-se que temos a tendência natural de sempre justificar nossos defeitos com racionalismos. São artimanhas e tramas inconscientes, muitas delas sugeridas por espíritos inferiores que desejam ver a nossa queda. Portanto conheça a fundo esses defeitos em todas as suas particularidades, em como eles o afetam, localizando as ocasiões em que estamos mais vulneráveis à sua manifestação. Procure então se afastar desses momentos propícios em que eles se manifestam, para não ser mais envolvido por seus tentáculos, nem cair nas suas teias.

Um terceiro ponto importante é que precisamos contar com as quedas. Até que cresçamos espiritualmente somos como crianças aprendendo a andar. São as quedas que fortalecem nossa vontade, e nos ensinam a ter persistência. Nós somos aquilo que conseguimos realizar e não aquilo que prometemos. Através as quedas aprendemos mais sobre nós mesmos e podemos aperfeiçoar o modo de evitá-las. Mas se cairmos porque nos falta vontade de acertar estaremos no caminho descendente e, de queda em queda, nos enfraqueceremos. Percebem a sutileza? A criança aprende a andar porque está determinada a fazê-lo. Não desanime, levante-se logo e siga em frente tranqüilamente, sem se martirizar, com conhecimento de causa, na firme determinação de não mais errar.

Por último recomendamos que em cada minuto de sua vida, antes de iniciar qualquer ação, você faça este exercício de se perguntar sempre:

Isto que estou fazendo agora seria bem aceito entre os bons Espíritos?
Se for, o procedimento é correto; se não for descontinue imediatamente o que iria fazer e não pense mais nisso. Nas situações em que ficar em dúvida, por não saber o que os bons Espíritos pensam a respeito, lembre-se de estudar as obras espíritas.

Concentremo-nos em nosso interior e procuremos melhorar nosso espírito eterno, esquecendo o que esta sociedade transitória estabeleceu como "normal" para nós. Lutemos o bom combate e não a luta mesquinha dos materialistas. A humanidade continuará ainda por muito séculos como é agora, mas nós que já cansamos de ver o sangue correr nestes dois últimos milênios, que já sentimos o amor que nos é transmitido pelos Espíritos em nossos corações, que estamos aqui para a realização de nossos últimos resgates, que já começamos a compreender as palavras de nosso querido amigo e mestre Jesus, nós não precisamos participar dessa insensatez, nós podemos fazer a nossa pequena parte vivendo com Jesus, com caridade, realizando a transformação no íntimo de cada um, fazendo a Alquimia moderna de transformar chumbo em ouro.

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas más inclinações."

(Allan Kardec. "O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XVII. Sedes Perfeitos. Os bons Espíritas.)

Referências:
1"Manual Prático do Espírita" de Ney Prieto Peres, da Editora Pensamento.
2"Fundamentos da Reforma Íntima" de Abel Glaser pelo Espírito Caibar Schutel, da Editora O Clarim.
FONte: http://www.acasadoespiritismo.com.br/temas/reforma%20intima.htm