segunda-feira, 16 de abril de 2012

ANENCEFALIA


ANENCEFALIA

Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.

De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.

O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.

Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.

Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.

Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores.

Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua imortalidade.

Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.

Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.

Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...

Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.

Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila...

Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.

*

É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.

Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.

Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.

Expressivo número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central…

Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.

Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...

Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.

Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.

Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.

Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.

... E quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.

Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade...

A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.

As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.

Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?

O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida…

*

Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.

Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?

Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.

Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.

sábado, 7 de abril de 2012

A FRATERNIDADE ESSÊNIA



Quando o Governador Planetário encarnou como Jesus de Nazaré, para sua imortal missão sacrificial outros Espíritos, devidamente qualificados, desceram também para auxiliá-lo e preparar-lhe os caminhos. Assim, os auxiliares, os discípulos, os apóstolos ...

Uma das mais marcantes dessas tarefas coube à Fraternidade dos Essênios, que o amparou desde jovem até os últimos instantes de sua tarefa redentora.

João Batista era essênio e, quando desceu para as margens do Alto Jordão, vindo do Mosteiro do Monte Hermon, na Fenícia, para dar cumprimento à sua tarefa de Precursor do Messias, fê-lo atendendo ordens que de há muito aguardava, esperando a sua vez.

Detentores, há séculos, das tradições de sabedoria herdadas dos antepassados, conservavam os essênios, em seus mosteiros nas montanhas palestinas, fenícias e árabes, arquivos preciosos e conhecimentos relacionados com o passado da humanidade; e assim como a Fraternidade dos Profetas Brancos, na legendária Atlântida, apoiou os Missionários Anfion e Antúlio, que ali encarnaram, e a Fraternidade Kobda apoiou os que difundiram as verdades espirituais no Egito e na Mesopotâmia, assim, eles, os Essênios, apoiaram a Jesus, na Palestina.

Conquanto menos numerosos, segundo parecia, seu número entretanto não era conhecido com exatidão e, se muito reduzida era sua influência nas rodas do Governo, muito profunda e ampla era a que exercia no seio do povo humilde, em toda Palestina, onde eram considerados sábios e santos, possuidores de altos poderes espirituais.

Viviam afastados do mundo, como anacoretas, em mosteiros e grutas nos alcantilados circunvizinhos, porque discordavam dos rumos que o clero judaico imprimira aos ensinamentos mosaicos dos quais eles, os essênios, eram os herdeiros diretos e possuíam arquivos autênticos e fiéis.

Segundo eles, as virtudes e a conduta reta dependiam da continência e do domínio das paixões inferiores. Abstinham-se do casamento e adotavam crianças órfãs como filhos. Viviam em comunidades, desprezando as riquezas, as posições e os bens do mundo. Exigiam a reversão dos bens pessoais à Ordem, por parte dos que desejavam ingressar nela.

Vestiam túnicas brancas ou escuras e quando viajavam não carregavam bagagem nem alforjes, roupas ou objetos de uso porque, por todos os lugares por onde andassem, encontrariam acolhimento por parte de membros da Ordem. Esta exigia que em todas as vilas e cidades houvesse um membro da Ordem denominado "O Hospitaleiro", que providenciava a hospedagem dos itinerantes, provendo-os do necessário. Havia cidades como por exemplo, Jericó, onde grande parte da população pobre e de classe média era filiada a essa Fraternidade.

Os essênios entregavam-se francamente e com a máxima dedicação à prática da caridade ao próximo, mantendo hospitais, abrigos, leprosários, etc., assistindo os necessitados em seus próprios lares, adotando crianças, como já dissemos, mantendo orfanatos, no que, pode-se dizer, agiam como precursores dos futuros cristãos dos primeiros tempos.

Na comunidade, trabalhavam ativamente em suas respectivas profissões e tinham pautas de trabalho a executar periodicamente, fora ou dentro das organizações da Ordem, em bem do próximo.

Não comiam carne, não tinham vícios e viviam sobriamente. Os que revelavam dificuldades psíquicas eram separados para o exercício do intercâmbio com o mundo espiritual e ao exercício da medicina, empreendendo estudos adequados e viajando diariamente por muitos lugares, sob a designação de terapeutas, em cuja qualidade consolavam os famintos, curavam os doentes, espalhando as luzes das verdades espirituais e as práticas do atendimento contra obsessores, como hoje em dia são popularizadas pelo Espiritismo.

Entre eles havia uma hierarquia altamente respeitada, baseada no saber, na idade e nas virtudes morais, cuja aquisição era obrigatória para todos os filiados à Ordem.

No primeiro ano da iniciação, os aprendizes eram proibidos de praticar suas regras na vida exterior, no lar ou na sociedade a que pertenciam; ao fim desse primeiro ano começavam a tomar parte em alguns atos coletivos, exceto as releições em comum, às quais só poderiam comparecer dois anos mais tarde, após darem garantias seguras sobre a pureza e a retidão de suas ações, seu Espírito de tolerância e sua castidade probatória. No ato da aceitação assumiam o compromisso de servir a Deus, observar a justiça entre os homens e jamais prejudicar o próximo sob qualquer pretexto; apoiar firmemente os que observavam as leis e de agir sempre com boa fé e bondade, sobretudo em relação aos dependentes e servos, "porque o poder"-- diziam eles -- "vem somente de Deus". Ao desempenharem qualquer cargo de autoridade, deviam exercê-lo sem arrogância e orgulho e jamais tentar distinguir-se dos outros pela ostentação de riqueza, ornamentos e vestuários; amar a verdade e jamais criticar ou acusar alguém, mesmo sob ameaça de morte.

Para julgar uma transgressão grave exigiam a reunião de, pelo menos, cem membros adultos, porque a condenação implicava na eliminação das fileiras da Ordem, à qual o faltoso só podia volver após duras e longas expiações e purificações físicas e morais.

Na hierarquia espiritual, após o nome de Deus, o de Moisés era o que merecia maior veneração.

No terreno filosófico ensinavam que o corpo orgânico era destrutível e a matéria transformável e perecível, enquanto as almas eram individuais, imortais e indestrutíveis, por serem parcelas infinitesimais do Deus Criador e uniam-se aos corpos como prisioneiras, por meio de uma substância fluídica, oriunda da vida universal, que constituía a vida do próprio ser (perispírito).

Após a morte, as almas piedosas habitariam esferas felizes, enquanto as ímpias eram relegadas a regiões infernais.

Como se vê, difundiam ensinamentos concordantes com a tradição espiritual que vinha de milênios e em muito pouco diferiam daquilo que se ensina hoje nas comunidades espiritualistas.

É sabido que João Batista era essênio, como essênio eram José de Arimatéia, Nicodemo, a família de Jesus e inúmeros outros que na vida do Mestre desempenharam papéis relevantes, como também o próprio Jesus que conviveu com essa seita, freqüentando assiduamente seus mosteiros, enterrados nas montanhas palestinas, onde sempre encontrava ambiente espiritualizado e puro, apto a lhe fornecer as energias de que carecia nos primeiros tempos da preparação para o desempenho de sua transcendente missão.

Mas observe-se que os evangelistas e os apóstolos em geral, como também Jesus, Ele mesmo que, freqüentemente, se referia a escribas e fariseus, todos guardaram silêncio a respeito dos essênios, não somente sobre fatos, episódios, circunstâncias quaisquer em que estivessem presentes, participando, mas nem mesmo sobre a existência deles; mas isso se explica porque, sabendo que a comunidade dos essênios merecia a hostilidade do clero judaico, que a considerava herética e rebelde, queriam evitar que sobre ela se desencadeassem maiores perseguições.

Após a morte no Calvário e no decorrer das primeiras décadas, além do trabalho dos apóstolos, foi em grande parte com base nos mosteiros essênios, nas suas organizações assistenciais e no concurso diário e ininterrupto dos Terapeutas, que o cristianismo se difundiu mais rapidamente na Palestina; e, enquanto cooperaram nessa difusão, a comunidade essênia foi se integrando no cristianismo, extinguindo gradativamente suas próprias atividades, o que se completou com o extermínio da nação judaica no ano 117 a.D.

Assim como haviam apoiado anteriormente os Nazarenos e os Ebionitas (Significa pobre, desvalido), a última atitude pública tomada pelos essênios teve lugar no ano 105, reconhecendo o profeta Elxai, como chefe. Depois, correndo o tempo, veio a elevação do suposto messias Bar Cocheba, a revolta geral contra os romanos e a exterminação do povo judaico em toda a Palestina e em outras províncias romanas.

Os documentos contendo suas tradições religiosas, elaboradas desde início, ainda ao tempo de Moisés, e conservados por seu discípulo Essen, ao declarar-se a revolta final do povo judeu, foram escondidos em grutas e lugares secretos das montanhas, alguns deles estando sendo agora descobertos nesses lugares, junto ao Mar Morto.
 

Edgard Armond

Postado por Iseu Ramos
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Nostalgia e Depressão


Nostalgia e Depressão

As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.

O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre.


Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia.


A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser. lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.


Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional.


A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.
Esse deperecimento emocional, fez-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.


A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.


Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz, sendo utilizado com precisão na função que lhe diz respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve.


Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e enarmonias perturbadoras na conduta psicológica.


No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da vida.


À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade.


Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.


Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia, ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma. Todavia, quando tais ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos.


A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente.


O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de exteriorização.


Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos, ciúmes, ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga emocional perturbadora.


Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.


É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo superando o estado depressivo.


Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgraças próprias ou alheias, um falso estoicismo contribuem para que o fechar-se em si mesmo, se transforme em um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos outros.


Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma explosão de lágrimas, todavia, se não estiver interessado profundamente em desembaraçar-se da couraça retentiva, fechando-se outra vez para prosseguir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e as ocorrências desagradáveis, permanecerá ilhado no transtorno depressivo.


Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm.


Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de determinação e desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular, e podem ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos...


Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou feminina, determinando-se por não continuar a existência. A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a estado depressivo com indução ao suicídio.


Esse sentimento de fracasso, de impossibilidade de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão ou rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e, quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido.


Nesse capítulo, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o processo depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótico, direcionando o paciente para a etapa trágica da autodestruição.


Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos.


O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da idéia depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora.


Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força.


Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética (Reich, como também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.


A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para tanto, ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorrendo, geram mais complexidades e dificuldades de recuperação.
Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.


O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.


Autor: Joanna de Ângelis


Psicografia de Divaldo Franco

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Fenômenos Psicofisiológico


Fenômenos Psicofisiológico

Fenômenos psicofisiológicos das pessoas que falam delas mesmas na terceira pessoa.
Revista Espírita, agosto de 1861.
O jornal o Siècle, de 4 de julho de 1861, cita o fato seguinte, segundo o jornal do Havre:

“Vem de morrer no hospício um homem que era vítima de uma aberração mental das mais singulares. Era um soldado, chamado Pierre Valin, que havia sido ferido na cabeça na batalha de Solferino. A ferida estava completamente cicatrizada, mas, desde esse momento, se acreditava morto.

“Quando se lhe perguntava das notícias de sua saúde, ele respondia: Quereis saber como vai Pierre Valin? Ó pobre jovem! Ele foi morto por um tiro na cabeça em Solferino. O que vedes não é Valin, é uma máquina que se fez à sua semelhança, mas está bem mal feita; deveríeis rogar-lhes para fazer uma outra.”

“Nunca, falando de si mesmo, não dizia eu ou mim mas isto. Freqüentemente ele caía num estado de completa imobilidade e de insensibilidade ,que durava vários dias. Aplicados contra essa afecção, o sinapismo, os vesicatórios jamais determinaram o menor sinal de dor. Explorou-se freqüentemente a sensibilidade da pele desse homem, beliscando-lhes os braços e as pernas, sem que manifestasse o menor sofrimento.

“Para estar mais certo de que ele não dissimulava, o médico picava-o vivamente por detrás, enquanto se lhe falava; o doente não se apercebia de nada. Freqüentemente Pierre Valin recusava comer, dizendo que isto não tinha necessidade disso; que, aliás, isto não tinha ventre, etc.

“Esse fato, de resto, não é o único no gênero. Um outro soldado, igualmente ferido na cabeça, falava sempre na terceira pessoa e no feminino. Exclamava: “Ah! Como ela sofre! Ela tem sede! etc.” Fez-se-lhe, de início, perceber seu erro, e convinha nele com muita surpresa, mas nele caía continuamente, e nos últimos tempos de sua vida, não exprimia mais senão dessa maneira.

“Um zuavo, sempre em conseqüência de uma ferida na cabeça, perfeitamente curado, entretanto, perdera a memória dos substantivos. Sargento instrutor, embora conhecesse muito bem os nomes dos soldados de seu esquadrão, designava-os por estas palavras: O grande moreno, o pequeno castanho, etc.

Para comandar, servira-se de pe-rifrases quando se tratava de designar o fuzil ou o sabre, etc. Foram obrigados a devolvê-lo para os seus familiares.

“Os últimos anos do célebre médico Baudelocque oferecem o exemplo de uma lesão análoga, mas menos marcante. Ele se lembrava muito bem do que fizera estando com saúde; reconhecia pela voz (porque fora atingido pela cegueira) as pessoas que vinham vê-lo; mas não tinha nenhuma consciência de sua existência. Perguntava-se-lhe, por exemplo: Como vai a cabeça? Ele respondia:

“Eu não tenho cabeça.” Pedindo-se-lhe o braço para consultar-lhe o pulso, respondia que não sabia onde estava. Um dia, quis ele mesmo tomar o pulso; colocou-se-lhe a mão direita sobre o punho esquerdo; perguntou em seguida se era bem a sua mão que ele sentia, depois uo que julgou muito sadiamente seu pulso.”

A fisiologia nos oferece, a cada passo, fenômenos que parecem anomalias, e diante dos quais ela permanece muda. Por que isso? Já o dissemos, e não saberíamos repeti-lo muito, é que ela quer tudo relacionar ao elemento material, sem ter em nenhuma conta o elemento espiritual. Enquanto se obstinar nesse caminho restritivo, será impotente para resolver os mil problemas que surgem, a cada instante, sob o seu escalpelo, como a lhe dizer:

 “Bem vês que há outra coisa senão a matéria, uma vez que só a matéria não pode tudo te explicar.” E aqui não falamos somente de alguns fenômenos bizarros que poderiam tomá-la de surpresa, mas dos efeitos mais vulgares. Se ela somente se desse conta dos sonhos? Não falamos mesmo dos sonhos verdadeiros, daqueles que são percepção real das coisas ausentes, presentes ou futuras, mas simplesmente dos sonhos fantásticos ou de lembranças; disse ela como se produzem essas imagens tão claras e tão nítidas que nos aparecem algumas vezes? Qual é esse espelho mágico que conserva assim a impressão das coisas? No sonambulismo natural, que ninguém contesta, disse ela de onde vem essa estranha faculdade de ver sem o socorro dos olhos? De ver, não vagamente, mas os detalhes mais minuciosos, ao ponto de poder fazer, com precisão e regularidade, trabalhos que, no estado normal, exigiriam uma visão penetrante? Há, pois, em nós alguma coisa que vê independentemente dos olhos. Nesse estado, não somente a pessoa age, mas pensa, calcula, combina, prevê, e se entrega a trabalhos de inteligência dos quais é incapaz no estado de vigília, e dos quais não conserva nenhuma lembrança; ha, pois, alguma coisa que pensa independentemente da matéria. Qual é essa alguma coisa? Aí ela se detém. Esses fatos, entretanto, não são raros; mas um sábio irá aos antípodas para ver e calcular um eclipse, ao passo que não irá na casa de seu vizinho para observar um fenômeno da alma. Os fatos naturais e espontâneos, que provam a ação independente de um princípio inteligente, são muito numerosos, mas essa ação ressalta, ainda com mais evidência, nos fenômenos magnéticos e espíritas, onde o isolamento desse princípio se produz, por assim dizer, à vontade.

Voltemos ao nosso assunto. Narramos um fato análogo na Revista de junho de 1861, a propósito da evocação do marquês de Saint-Paul. Em seus últimos momentos, ele dizia sempre: Ele tem sede, é preciso dar-lhe de beber; ele tem frio, é preciso aquecê-lo; ele sofre em tal lugar, etc. E quando se lhe dizia:

 Mas sois vós que tendes sede, ele respondia:

 Não, é ele. É que o eu pensante está no Espírito e não no corpo; o Espírito, já em parte desligado, considerava o seu corpo como uma outra individualidade que não era ele, propriamente falando; era, pois, ao seu corpo, a esse outro indivíduo que era necessário dar a beber, e não a ele Espírito. Também, quando da evocação, foi-lhe feita essa pergunta:

Por que faláveis sempre na terceira pessoa? Ele respondeu:

“Porque eu era vidente, eu vos disse, e sentia nitidamente as diferenças que existem entre o físico e o moral; essas diferenças, ligadas entre si pelo fluido de vida, se tornam muito marcantes aos olhos dos agonizantes clarividentes.”

Uma causa semelhante deveu produzir o efeito notado nos militares dos quais se falou. Dir-se-á, talvez, que a ferida determinara uma espécie de loucura; mas o marquês de Saint-Paul não recebera nenhuma ferida; tinha toda a sua razão, disso estamos certos, uma vez que o tivemos de sua irmã, membro da Sociedade. O que se produziu espontaneamente em sua casa, poderia perfeitamente ter determinado em outras por uma causa acidental. Aliás, todos os magnetizadores sabem que é muito comum, aos sonâmbulos, falar na terceira pessoa, fazendo assim a distinção entre a personalidade da sua alma, ou Espírito, e a de seu corpo.

No estado normal as duas individualidades se confundem, e sua perfeita assimilação é necessária à harmonia dos atos da vida; mas o princípio inteligente é como esses gases não se prendem a certos corpos sólidos senão por uma coesão efêmera, e se escapam ao primeiro sopro; há sempre uma tendência para se desembaraçar de seu fardo corpo reo, desde que a força que mantém o equilíbrio cesse de agir por uma causa qualquer. Só a atividade harmônica dos órgãos mantém a união íntima e completa da alma e do corpo; mas, à menor suspensão dessa atividade, a alma toma o seu vôo; é o que ocorre no sono, no meio-sono, no simples entorpecimento dos sentidos, na catalepsia, na letargia, no sonambulismo natural ou magnético, no êxtase, no que se chama o sonho despertou segunda vista, nas inspirações do gênio, em todas as grandes tensões do Espírito que, freqüentemente, tornam o corpo insensível; é, enfim, o que pode ocorrer como conseqüência de certos estados patológicos. Uma multidão de fenômenos morais não tem outra causa senão a emancipação da alma; a medicina admite muito a influência das causas morais, mas ela admite o elemento moral como o princípio ativo; é porque ela confunde esses fenômenos com a loucura orgânica, e é porque também lhe aplica um tratamento puramente físico que, muito a miúdo, determina uma loucura real onde dela não havia senão a aparência.

Entre os fatos citados, há um que parece bastante bizarro; é o do militar que falava na terceira pessoa do feminino. O elemento primitivo do fenômeno, como o dissemos, é a distinção das duas personalidades em conseqüência do desligamento do Espírito; mas há um outro, que o Espiritismo nos revela, e do qual é preciso ter conta, porque pode dar às idéias um caráter particular:

É a vaga lembrança das existências anteriores que, no estado de emancipação da alma, pode despertar, e permitir lançar um golpe de vista retrospectivo sobre alguns pontos do passado. Em tais condições, o desligamento da alma jamais é completo, e as idéias, se ressentindo do enfraquecimento dos órgãos, não podem estar muito lúcidas, uma vez que não o são mesmo inteiramente nos primeiros instantes que seguem à morte. Suponhamos que o homem, de que falamos, foi mulher em sua precedente encarnação, a idéia que dela conservasse poderia se confundir com a do estado presente.

Não poderia se encontrar nesse fato a causa primeira da idéia fixa de certos alienados que se crêem reis? Se o foram em uma outra existência, dela pode lhe restar uma lembrança que lhes faça ilusão. Isso não é senão uma suposição, mas que, para os iniciados no Espiritismo, não está desprovida de verossimilhança. Se essa causa é possível neste caso, dir-se-á, ela não poderia se aplicar àqueles que se crêem lobos ou porcos, uma vez que se sabe que o homem jamais fora animal. É verdade, mas um homem,pode ter estado numa condição abjeta que o obrigasse a viver entre os animais imundos ou selvagens; ali pode estar a fonte dessa ilusão que bem poderia, em alguns, lhes ser imposta como punição dos atos de sua vida atual. Quando os fatos da natureza daqueles que narramos se apresentam, se em lugar de assimilá-los sistematicamente às enfermidades puramente corpóreas, se seguiam deles atentamente todas as fases com a ajuda dos dados fornecidos pelas observações espíritas, reconhecer-se-ia, sem dificuldade, a dupla causa que lhes assinalamos, e compreender-se-ia que não é com duchas, cauterizações e sangrias que se podem remediá-los.

O fato do doutor Baudelocque encontra ainda a sua explicação em causas análogas. Ele não tinha, disse o artigo, nenhuma consciência de sua existência; é um erro, porque não se acreditava morto, somente não tinha consciência de sua existência corpórea; encontrava-se num estado quase semelhante ao de certos Espíritos que, nos primeiros tempos que seguem à morte, não crêem estar mortos e tomam o seu corpo pelo de um outro, a perturbação em que se encontram não se lhes permitindo se darem conta de sua situação; o que se passa entre certos desencarnados pode ocorrer entre certos encarnados; assim é que o doutor Baudelocque que podia fazer abstração de seu corpo, e dizer que não tinha mais cabeça, porque, com efeito, seu Espírito não tinha mais a cabeça carnal. As observações espíritas fornecem numerosos exemplos desse gênero, e também lançam uma luz toda nova sobre uma infinita variedade de fenômenos até esse dia inexplicados, e inexplicáveis sem as bases fornecidas pelo Espiritismo.
 
Restaria para examinar-se o caso do zuavo que perdera a memória dos substantivos; mas não pode se explicar senão pelas considerações de uma outra ordem que entram no domínio da fisiologia orgânica. Os desenvolvimentos que comporta nos convidam a consagrar-lhe um artigo especial, que publicaremos proximamente.

FONTE: http://iipp.com.br/

Visão energética e espiritual da gestação


por Dr. Ricardo di Bernardi

A física moderna, com seus conceitos de energia e dimensões de tempo, hoje nos abre horizontes amplos para a revisão de conceitos adormecidos e estratificados nas empoeiradas estantes de nossas científicas verdades.

As teses, de caráter dual, que apontam para a existência de um ser humano animal ou espiritual, parece que deverão se fundir para dar origem a um novo conceito de ser humano: O homem paranormal. As concepções religiosas alicerçadas em dogmas rígidos e não racionais, bem como as concepções científicas nos apresentando o embrião humano como apenas um conjunto de células e moléculas, haverá necessariamente de desaparecer, para que seja possível a compreensão integral, holística do homem.

Segundo o professor J. Banks Rhine e sua esposa Louise Rhine, que por décadas pesquisaram a respeito da mente no laboratório de Parapsicologia da Universidade de Duke, Carolina do Norte, o homem é composto de psique e soma. Poderíamos considerar isto como um retorno histórico à concepção religiosa de alma e corpo? Sim, mas aprimorada pela dialética do conhecimento científico. Alma ou Espírito não se considera como algo de concepção teológica, é a mente, elemento extrafísico como considera também o Prof. Whately Carington da Universidade de Cambridge.

Procurando insistir na tecla de que a ciência já vem admitindo a dualidade espírito (mente) e matéria, lembramos o parecer do catedrático Price, da conceituada Universidade de Oxford, sustentando a tese que a mente humana sobrevive à morte e tem a mesma capacidade da mente do homem vivo, de influir sobre as outras mentes do mundo material.

Observemos que não são religiosos tais conceitos, mas brotaram dos galhos rígidos da árvore da ciência. Apesar de inúmeros investigadores, de todos os continentes e ligados aos mais rigorosos métodos científicos, estarem caminhando para a constatação e demonstração da existência do extrafísico, há uma reação natural contra esta tendência. No entanto, assim como o universo físico vem sendo substituído pelo universo energético, em breve o homem psicológico será ampliado na concepção de homem paranormal de percepção extrassensorial.

As experiências e pesquisas científicas atuais indicam que todo ser vivo possui um corpo energético que sobrevive após a morte.

O Dr. Raymond Modd Jr., entrevistando dezenas de pacientes que comprovadamente pelos prontuários hospitalares estiveram clinicamente mortos, sendo ressuscitados por manobras médicas, constatou que as informações eram semelhantes. Embora os pacientes não tivessem nenhuma semelhança de formação religiosa, profissional ou, mesmo gênero de “quase morte”, todos disseram basicamente o mesmo. Entre inúmeros detalhes, salientamos o fato de eles se sentirem fora do corpo físico, em um corpo espiritual, assistindo às massagens cardíacas.

No livro Vida Depois da Vida[1], o citado autor detalha cada caso, exclui hipóteses diversas como uso de mesmo anestésico etc. Conclui, chamando a atenção para que se considere a possibilidade de realmente existir algo além da matéria tridimensional.

Extremamente interessantes também são as experiências do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, Dr. Charles Richet, que, mesmo correndo o risco de ser olhado com desdém pela maior parte da comunidade científica, publicou suas experiências que comprovam a existência de corpos espirituais. Naturalmente há os que o consideravam um gênio pelo fato de ter sido laureado pelo Prêmio Nobel, mas um ingênuo ao acreditar no extrafísico.

No livro O Tao da Física[2], Fritjof Capra estabelece um paralelo entre a física quântica e o misticismo oriental. Capra, doutorado em física pela Universidade de Viena, vem efetuando pesquisas a respeito de energia nas Universidades de Paris, Stanford, Califórnia e no Imperial College em Londres. O citado autor vem estudando e correlacionando os conceitos de física moderna com os da tradição do pensamento dos filósofos budistas, hinduístas e taoístas. No livro acima mencionado como também em The Turning Point (o ponto de mutação), Capra completa sua pesquisa, em que observamos a convergência entre os preceitos científicos e o mundo extrafísico, ou dimensão espiritual.

Admitamos que exista o espírito, que este sobreviva à morte. Não é só, há algo mais impressionante. As experiências efetuadas por centenas de médicos e psicólogos, ao regredirem seus pacientes por hipnose ou outros processos similares, levando-os a fases anteriores da sua juventude, infância, vida intrauterina e mais profundamente ainda no tempo, chegam à inevitável constatação da existência de vidas anteriores.

Morris Netherton, psicólogo clínico norte-americano, desenvolveu uma técnica denominada “Terapia Das Vidas Passadas”. Há por parte de muitos psicólogos, inclusive do Brasil, a preferência pelo nome “Terapia de Vivências Passadas”, para desvincular filosoficamente ou mesmo religiosamente do conceito de Reencarnação. Isto por que, para os terapeutas é absolutamente desnecessário ou indiferente crer ou não nas vidas pretéritas para que o tratamento beneficie o paciente.

A “Terapia de Vivências Passadas” é um método que pela regressão de memória permite ao paciente superficializar, para o seu consciente atual, ocorrências traumáticas do passado, recentes ou remotas, o que equivale a dizer, desta ou de outras encarnações. A evidência de vidas sucessivas é facilmente detectável por essa técnica terapêutica.

Não resta dúvida que os informes das vidas passadas podem ser interpretados como fantasias do inconsciente, mas a evidência da Reencarnação fica mais clara em função dos dados minuciosos fornecidos pelo paciente. À medida que ele descreve a situação, não o faz maquinalmente, mas vivenciando intensamente de forma emocional, em prantos, gemidos e até gritos em certos casos. Descreve a época, o lugar, as condições e linguagem envolvendo os fatos ocorridos na vida anterior. Como os detalhes podem às vezes ser importantes no processo terapêutico, há riqueza de dados que podem ser recolhidos nessa técnica e posteriormente comprovados.

Ian Stevenson, catedrático de Neurologia e Psiquiatria na Universidade de Virgínia, U.S.A., escreveu a obra Twenty Cases Sugestive of Reincarnation.[3] Na citada obra, o autor investiga inúmeros casos, mas seleciona os mais elucidativos como evidente constatação de Reencarnação. Observemos o título cauteloso de “casos sugestivos….”

O bebê que hoje recebemos no lar pelas portas da gestação não é um ser sem passado. Já traz um patrimônio vivencial gravado no seu inconsciente, que é o seu espírito. Aliás, a mais evidente demonstração disso é a surpreendente diferença psicológica que os gêmeos univitelíneos às vezes apresentam. Se geneticamente são idênticos, e o ambiente uterino e familiar é o mesmo, só o passado pode explicar de onde vêm suas características tão diversas.

O intercâmbio energético entre mãe e filho é efetuado em nível de suas estruturas perispirituais, por isso é importante que, antes de comentarmos como elas ocorrem, estudemos resumidamente o corpo espiritual.

[1] MODD, Raymond Jr. Vida depois da Vida, 1979, p.172.
[2] CAPRA, Fritjof. O Tao da Física. Cultrix, 1985, p.262.
[3] STEVENSON, Ian. Twenty Cases Sugestive of Reincarnation. P. A. S. Psychical Research, 1966, p.362
FONTE: http://iipp.com.br/

domingo, 11 de março de 2012

Achar menos e ouvir mais


        Muito quer ser dito, pouco se quer ouvir.
        Muito quer ser ensinados, poucos querem aprender.
        Muito quer ser mostrado, pouco quer ser visto.
        Muito quer ser dados, poucos querem receber.
        Muitos falam, muitos apontam e muitos criticam, mas são poucos que conseguem enxergar onde estão seus erros, não adianta pedir ajuda, conhecimento e perdão.
        Muitas vezes escutamos os pedidos de socorro, porém nem sempre podemos socorrer.
        Nem sempre sabemos o momento exato de lhes aconselhar, pois para que saibamos é preciso que o corpo esteja em sintonia e harmonia com a alma, com o pensamento e com o coração.

        Então é nesse momento que nossa presença é ignorada e muitas vezes julgada.
        A culpa é de quem? Será que nós não os amamos? Será que nós não os escutamos? Será que nós não queremos os ajudar?
        Não, não é isso, apenas nos calamos com as nossas tristezas, tristezas essas de ver um filho amado se perder no orgulho, na arrogância, na vaidade, no esquecimento de seus deveres espirituais, deveres esses que não foi imposto por nós, não pedimos nada além de vocês estarem com o corpo e mente livres para executar o que na Terra vocês escolheram, que é servir a uma casa de caridade e permitir que nós façamos á caridade.
        Para nós não adianta tomar banhos, fazer preceitos longos, acender velas, fazer orações se a alma e a mente não estiverem limpas e felizes.
        Sabem como se limpa a alma e a mente?
        Expurgando de vocês os pré-julgamentos, a vaidade, as incertezas do que se é visto. Nem sempre tudo que se vê é o certo.
        Ser humilde não é andar de cabeça baixa e falar baixinho, ser humilde é reconhecer que errou e pedir perdão, é parar de falar de algo que vocês ACHAM que estão certos, quando o próximo tem a CERTEZA.
        Vamos achar menos e ouvir mais, para que no decorrer de suas encarnações vocês tenham mais certezas.
        Somos as armas e junto a vocês formaremos um exército para enfrentar qualquer batalha.
        Caboclo Pena Azul, um Caboclo que ainda tem muito que escutar para aprender.

Caboclo Pena Azul
Médium: Elizabeth Caetano Drumond